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CGTP fala em mais de três milhões em greve, Governo diz que "esmagadora maioria" do país trabalhou

• Dec 11, 2025, 4:55 PM
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A greve geral desta quinta-feira, dia 11 de dezembro, convocada pelos sindicatos contra o novo pacote laboral do Governo, parou o país, com os efeitos a serem sentidos em setores como o dos transportes, educação e saúde. A CGTP estima que mais de três milhões de pessoas aderiram à paralisação.

Milhares de alunos ficaram esta manhã sem aulas, sobretudo pela ausência de auxiliares. A greve encerrou escolas por todo o país e esta sexta-feira o cenário pode repetir-se com mais uma greve na função pública.

Não há para já números fechados, mas a Federação Nacional dos Professores estima que haja "cerca de 85% de escolas encerradas e as restantes a funcionar parcialmente", cita o Jornal Económico.

A greve geral está também a ter impacto no setor da aviação, já que há várias centenas de voos cancelados nos aeroportos nacionais. Destaca-se o Aeroporto de Lisboa, onde há mais de uma centena de voos cancelados (entre chegadas e partidas).

No Porto, o impacto também é visível, com dezenas de partidas canceladas no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, de acordo com a informação disponibilizada no site da ANA - Aeroportos de Portugal.

Em Faro, muitos passageiros também foram desviados para o aeroporto de Sevilha, em Espanha, devido ao cancelamento de alguns voos.

Vários voos foram cancelados no aeroporto de Lisboa
Vários voos foram cancelados no aeroporto de Lisboa Ana Brigida/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

Dezenas de serviços de recolha do lixo estão encerrados, nomeadamente os das câmaras municipais de Viana do Castelo, Lisboa, Moita, Palmela, Setúbal, Amadora e Évora.

Na capital, são muitos os bairros com contentores de lixo cheios à porta dos prédios que não foram recolhidos durante a madrugada.

Nos transportes, há várias perturbações. Dos 13 comboios de longo curso da CP, que estão incluídos nos serviços mínimos desta quarta-feira, apenas dois fazem a ligação Porto Campanhã - Lisboa Santa Apolónia e vice-versa.

Já nos comboios urbanos de Lisboa, dos 638 que estavam programados, apenas 193 estão a circular.

Também no Porto há vários constrangimentos na circulação dos comboios urbanos. Dos 284 que estavam programados, apenas 86 estão em circulação.

A adesão também é de 100% nos Transportes Coletivos do Barreiro, nas oficinas da Carris e no Metropolitano de Lisboa, que se encontra totalmente encerrado.

No que toca à Saúde, os principais hospitais públicos do país estão quase todos com uma adesão à grevel geral desta quinta-feira acima dos 90%. Os dados são da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

Em Lisboa, a Maternidade Alfredo da Costa está com 100% de adesão, o Hospital Santa Maria conta com 90%, Hospital S. José está com 98%, o mesmo valor do Hospital Dona Estefânia.

No Porto, o Hospital S. João tem uma adesão à greve de 95%, já o Hospital de Gaia conta com 90%. O Hospital de Braga, por sua vez, tem uma adesão de 90% à greve.

O Hospital de Chaves tem 90% de adesão, enquanto a Unidade Local de Saúde Dão-Lafões tem 95% de adesão à greve, o mesmo valor do Hospital São Teotónio, em Viseu. Já o Hospital São Sebastião, em Santa Maria da Feira, tem uma adesão de 90%.

A maior exceção é a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, que conta só com 59% de adesão.

Manifestantes durante um protesto em Lisboa durante esta quinta-feira de greve geral
Manifestantes durante um protesto em Lisboa durante esta quinta-feira de greve geral Armando Franca/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

A tarde também ficou marcada pela manifestação conjunta da CGTP e UGT que arrancou desde o Largo de São Domingos, no Rossio, com destino à Assembleia da República.

Desacatos frente à Assembleia da República terminam com seis detidos

Ao final da tarde, e já depois do fim da manifestação pacífica das centrais sindicais, um grupo de cerca de 200 a 300 pessoas mantiveram-se frente ao edifício da Assembleia da República, concentrando-se junto à escadaria, onde a PSP instalou grades para impedir a passagem dos manifestantes.

Os protestos subiram de tom quando alguns elementos do grupo começaram a incendiar caixotes do lixo e a atirar garrafas de vidro para as escadas, levando a que a polícia de choque atirasse bombas de fumo para dispersar os manifestantes. Um homem chegou mesmo a subir a escadaria da Assembleia da República, tendo sido intercetado pelas autoridades.

Perante a insistência dos manifestantes em incendiarem caixotes do lixo e continuarem a atirar objetos para a escadaria, a força da PSP acabou por intervir para fazer dispersar os poucos elementos que ali permaneciam já perto das 21:00. Segundo os meios de comunicação social no local, pelo menos uma ambulância foi mobilizada e seis pessoas foram detidas, de acordo com um balanço das autoridades.

Manifestantes frente à Assembleia da República.
Manifestantes frente à Assembleia da República. Armando Franca/Copyright 2025 The AP. All rights reserved

Governo desvaloriza adesão à greve

Apesar dos números divulgados pela CGTP, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, considerou que o nível de adesão é "inexpressivo", ao contrário do que dizem os sindicatos.

"Esta parece mais uma greve parcial da Função Pública. A esmagadora maioria do país está a trabalhar. A adesão à greve é inexpressiva", disse o ministro da Presidência, numa conferência de imprensa de balanço da greve, em Lisboa.

"Respeitamos quem faz greve, mas notamos que o país escolheu trabalhar", acrescentou ainda Leitão Amaro, sublinhando que "se algumas pessoas não conseguiram trabalhar foi pelas perturbações nos transportes".

No final da reunião do Conselho de Ministros, o primeiro ministro fez eco das palavras de Leitão Amaro, repetindo que "uma parte largamente maioritária [da população] está a trabalhar". "Nós também estamos a trabalhar", acrescentou, dizendo ainda que o país manteve a "normalidade".


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