Polícia bósnia não conseguiu prender o líder da Republika Srpska, Milorad Dodik

As tensões na Bósnia aumentaram na quarta-feira, depois de ter sido noticiado que os agentes de segurança do Estado bósnio tentaram prender o presidente pró-russo sérvio da Bósnia, mas foram impedidos pela sua polícia armada.
Milorad Dodik, o presidente da entidade Republika Srpska da Bósnia, enfrenta um processo judicial devido às suas políticas separatistas. Os tribunais bósnios emitiram um mandado de captura para Dodik em março, depois de este não ter comparecido para ser interrogado.
Os pormenores dos acontecimentos de quarta-feira a leste de Sarajevo, onde Dodik se encontrava reunido, não são claros.
A porta-voz da Agência Estatal de Investigação e Segurança, ou SIPA, Jelena Miovcic, disse que os membros da agência "tentaram implementar uma ordem (judicial), mas os membros da SIPA foram impedidos pela polícia da Republika Srpska".
Não houve relatos de violência e as fotografias do local publicadas nos meios de comunicação social parecem mostrar inspetores da polícia bósnia desarmados e polícias sérvios armados no exterior de um edifício governamental.
A televisão sérvia da Bósnia noticiou que os agentes do SIPA saíram depois de "falarem" com a polícia sérvia da Bósnia. Dodik disse mais tarde que se sentia "bem e seguro" e que a polícia bósnia não tinha autoridade na República Srpska.
O incidente agrava as tensões já elevadas na Bósnia, que continua etnicamente dividida, muito depois de uma guerra sangrenta em 1992-95 que matou 100.000 pessoas e deslocou milhões.
Dodik, que lidera a metade da Bósnia administrada pelos sérvios, tem apelado repetidamente à separação do território do resto da Bósnia, alimentando receios de instabilidade. Tem enfrentado sanções dos EUA e do Reino Unido pelo seu separatismo, mas tem tido o apoio de Moscovo.
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