Guiana francesa prepara-se para o lançamento do Ariane 6
Na costa equatorial da Guiana Francesa, os engenheiros aeroespaciais da Europa estão embrenhados no seu último projeto.
ELA 4, é o nome de código para a nova plataforma de lançamento do Ariane 6, que tem lançamento previsto para julho de 2020.
Nos últimos 50 anos, foram lançados vários foguetões da Guiana Francesa.
No equador, com o oceano ao lado, este é um local ideal e oferece à Europa a sua própria porta de entrada para o espaço
O negócio está, no entanto, em dificuldades devido à chegada de novos concorrentes como a Space X – apoiada pela NASA.
Quando a euronews visitou o local, mais de meio milhar de pessoas trabalhava das 6 horas da manhã, até às 22 horas para garantir que os prazos são cumpridos. Para já, as atenções centram-se na construção da trincheira das labaredas.
Filming with Mathieu Rocher at the Ariane 6 launchpad construction site in French Guiana for
euronews</a> Space series. It was REALLY hot down there, and I pity the guys working shifts there shovelling concrete and lumps of metal. <a href="https://twitter.com/hashtag/spaceblog?src=hash&ref_src=twsrc%5Etfw">#spaceblog</a> <a href="https://t.co/TXuOV4pwFY">pic.twitter.com/TXuOV4pwFY</a></p>— Jeremy Wilks (
WilksJeremy) 24 novembre 2017
Cortar custos
Tudo foi desenvolvido para reduzir o tempo e a despesa de lançar um foguetão – isso inclui uma mudança na maneira como até agora eram construídos. Agora, constroem-se horizontalmente e não verticalmente como o Ariane anterior, como explica o gestor do ELA 4, Didier Coulon :“A rampa lançamento é montada horizontalmente, o que permite que os edifícios tenham uma dimensão muito menor, então, em termos de ar condicionado, estamos a cortar os custos da operação. Uma vez montada, será colocada num transportador e enviamo-la para a zona de lançamento. Lá, é levantada verticalmente. Trazemos os propulsores e, nesse momento, fazemos a verificação geral da estrutura. Isso dá-nos a luz verde para trazer o composto superior, com satélites no interior. Feito isso, retiramos o pórtico móvel de 90 metros de altura e avançamos com o lançamento “.
O diretor do Centro Espacial da Guiana, Didier faivre, adianta que “A Space X está a chegar, tem um ‘design’ mais moderno e com custos atrativos. Por isso, construímos o Ariane 6, para baixar os custos. A fiabilidade do Ariane 5 é perfeita, o Soyuz e o Vega não tiveram falhas desde os voos inaugurais. Pois isso, com o Ariane 6, com um ‘design’ mais moderno e mais modular, reduziremos os custos. Assim, aproximamo-nos e, se possível, seremos melhores do que a proposta que a Space X faz, hoje, aos clientes comerciais”, remata.
As vantagens do Ariane 6
O Ariane 6 tem como objetivo atender, de várias maneiras, à procura dos clientes.
Em primeiro lugar, o seu estágio superior pode ser reiniciado, portanto, pode colocar vários satélites em diferentes órbitas. Em segundo lugar, tem duas versões diferentes, como explica o diretor do Arianspace na Guiana, Bruno Gerard: “A vantagem do Ariane 6 é que temos duas versões, a 62, com dois propulsores, e a 64, com quatro propulsores onde teremos o máximo desempenho. No geral, podemos colocar dois satélites em órbita de transferência geoestacionária ou um satélite extremamente pesado. No Ariane 62, temos menos potência, menos custos, e podemos colocar rapidamente um satélite numa órbita muito específica”.
Enquanto o trabalho de construção continua na Guiana, os novos foguetões começam a ser produzidos na Europa continental nos próximos 12 meses.
View down the flame trench at the Ariane 6 launchpad construction site in French Guiana #spaceblog pic.twitter.com/hdtRzLjyAb
— Jeremy Wilks (@WilksJeremy) 17 novembre 2017
Uma vez terminado todo este percurso, serão necessários apenas nove dias entre a preparação e o lançamento do Ariane 6, muito menos do que os 30 dias necessários para o antecessor Ariane 5.