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EU DECODED: O Euro Digital vai fortalecer a segurança financeira?

• Nov 13, 2024, 12:00 AM
5 min de lecture

O euro digital, que está em estudo no Banco Central Europeu, poderá ser um novo meio de pagamento disponível num cartão recarregável, numa carteira digital ou um aplicativo do telemóvel.

Trata-se de um projeto que tenta seguir a nova tendência de transações: entre 2019 e 2022, os pagamentos com recurso a notas e modeas cairam de 72% para 59% no total das operações na União Europeia. Em contraste, o número de transações com dinheiro eletrónico saltaram de 4,6 mil milhões para 8,4 mil milhões, no mesmo período.

As opiniões sobre o futuro euro digital dividem-se entre os habitantes entrevistados pela Euronews nas ruas de Bruxelas e de Lisboa.

"Eu realmente uso a via digital porque é mais fácil, não preciso de ter dinheiro comigo, está no meu telefone, é mais prático, fácil, rápido", disse um jovem de Bruxelas.

"Devo dizer que já passei por situações em que o cartão teve de ser suspenso por fraude e tentativas de hackear minha conta, pelo que confesso que me deixa um pouco preocupada, não estou muito segura sobre isso, mas pode ser possível", disse uma residente em Lisboa.

Atualmente dependemos muito, por exemplo, do Apple Pay e de outros provedores com recurso a cartão de crédito para poder pagar.
Damian Boeselager
Eurodeputado, verdes, Alemanha

A proposta da Comissão Europeia está a ser objeto de trabalho não só no BCE, mas também no Parlamento Europeu, sendo Damian Boeselager, eurodeputado alemão dos Verdes, um dos mais entusiastas defensores.

"Acho isso super empolgante. É uma ótima inovação para se pensar. Cada vez mais pessoas usam meios digitais de pagamento e atualmente dependemos muito, por exemplo, do Apple Pay e de outros provedores com recurso a cartão de crédito para poder pagar", afirmou Boeselager, que é um dos vice-presidentes da Comissão de Assuntos Económicos e Monetários.

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© Pilar Montero

Sistema bancário privado está cético

A inclusão é vista como um aspeto positivo já que pessoas sem conta bancária privada ou acesso à Internet poderiam usar o euro digital, criando uma conta através do posto de correios ou de uma plataforma online.

Mas a privacidade é uma questão espinhosa, apesar do BCE alegar que não seria capaz de identificar hábitos de pagamento. A fraude e lavagem de dinheiro podem ser difíceis de detetar se não houver mecanismos de rastreamento e os bancos privados temem podem perder clientes.

"Os bancos estão um pouco preocupados ou céticos sobre o valor agregado desta proposta, porque não sabemos o custo geral deste projeto. E também porque temem perder alguns depositantes. O BCE já disse que pretende garantir que este seja apenas um meio alternativo de pagamento e não um veículo de poupança para grandes quantias de dinheiro", explica Paula Soler, jornalista da Euronews que acompanha esta legislação.

O euro digital pode impulsionar também a soberania financeira da Europa, mas a que custo? De qualquer forma, teremos de esperar dois a três anos até que o processo tenha pernas para andar, se é que chega a ser aprovado.

Fique a par dos outros pormenores no vídeo!

Jornalista: Isabel Marques da Silva

Produção: Pilar Montero López

Realização vídeo: Zacharia Vigneron

Coordenação Editorial: Ana Lázaro Bosch e Jeremy Fleming-Jones