A lenda da Rosetta e do robô Philae
O dia 12 de novembro de 20145 ficou marcado na história da exploração espacial como o dia em que o Homem conseguiu aterrar o primeiro objeto na superfície de um cometa em movimento pelo universo.
A viagem do robô Philae durou dez anos desde que deixou a Terra, transportado pela sonda Rosetta.
“Foi um período de viragem se se pensar que no princípio do ano nem sabíamos de facto como seria o cometa e antes de dezembro tivemos de deslocar um robô de 100 quilos para aterrar lá na superfície”, recordou Matt Taylor.
O cientista ligado ao projeto Rosetta lembra-se que “todos os dias, pensava repetidamente que tudo se iria desmoronar”. “O nível de stresse na equipa era elevadíssimo”, disse.
A concretização da aterragem “foi uma alegria e um alívio” para Gerhard Schwehm.
O cientista e antigo diretor do projeto Rosetta recorda as palavras de alguns colegas a alertarem que o processo não estava concluído, o robô “ainda estava aos saltos”. “Para mim, isso era secundário. O importante é que o tínhamos descido e conseguido aterrar”, sublinhou.
Para Roger-Maurice Bonnet, “foi um momento extraordinário de jubilo”. “Toda a gente se abraçava. Não havia divisas nem hierarquias políticas. Nada. Foi a vitória do ser humano sobre mais um objeto mítico”, defendeu o antigo diretor de ciência da ESA.
“Numa derradeira análise, foi o esforço internacional que o permitiu. E esse é o legado da Rosetta: ver o que se consegue quando se trabalha em equipa”, resume Matt Taylor.