Apresentadores dos EUA reagem à eliminação do "Late Show" de Stephen Colbert

Os talk shows de fim de noite são enormes totens na programação mediática dos Estados Unidos, por isso a notícia de que a CBS está a abandonar a sua versão depoius de mais de 30 anos provocou ondas de choque em toda a indústria.

A estação confirmou que o programa vai terminar no próximo mês de maio (em 2026) desencadeando uma onda de apoio por parte dos seus colegas apresentadores, com muitos a considerarem a decisão chocante e triste.

"Estou tão chocado como toda a gente", disse Jimmy Fallon, acrescentando que Colbert é "um dos anfitriões mais inteligentes e engraçados de sempre."

Fallon postou no instagram que esperava "passar por isso com ele nos próximos anos", e brincou que seus amigos e familiares agora precisariam de uma nova rotina às 23:30.

Seth Meyers ecoou o sentimento, chamando Colbert de "uma pessoa ainda melhor" do que ele é um comediante.

"Vou ter saudades de o ter na televisão todas as noites", acrescentou, antes de dizer que Colbert já não pode usar a desculpa de que está "demasiado ocupado para estar com ele.

O anfitrião de 'Last Week Tonight' John Oliver considerou a notícia "terrível" e "muito, muito, muito triste", dizendo que sempre adorou Stephen e o programa.

"É incrivelmente triste", disse durante uma aparição em Erie, Pensilvânia. "Os programas de fim de noite significam muito para mim, não só porque trabalho neles, mas porque, mesmo crescendo em Inglaterra, via o programa do Letterman, que, claro, era o programa do Stephen, e pensava no mundo glamoroso que era", recordou, acrescentando que estava "parcialmente entusiasmado por ver o que vão fazer nos próximos 10 meses."

Jimmy Kimmel manteve-se curto e doce - "Amo-te Stephen" - enquanto Andy Cohen disse aos entrevistadores que era "um dia muito triste para a CBS" e descreveu a rede como "desligando as luzes após a notícia".

Mas nem toda a gente está assim tão triste com a notícia. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - um alvo de longa data dos monólogos de Colbert - publicou na rede Truth Social para dizer. "Adorei que Colbert tenha sido despedido".

Cancelamento de Stephen Colbert

Colbert, 61 anos, disse ao seu público na semana passada no Ed Sullivan Theater, em Nova Iorque, que só agora tinha sido informado da decisão.

"O próximo ano será a nossa última temporada", disse ele. "É o fim do 'The Late Show' na CBS. Não estou a ser substituído. Tudo isto está a desaparecer".

A multidão respondeu com gemidos e vaias. "Sim, partilho dos vossos sentimentos", respondeu Colbert.

A CBS insiste que o cancelamento foi "puramente uma decisão financeira contra um cenário desafiador no final da noite" - e que não teve nada a ver com conteúdo ou desempenho.

Numa declaração conjunta, os executivos seniores consideraram o programa "um marco do zeitgeist da nação." No entanto, o momento da decisão levantou suspeitas.

A notícia chegou apenas três dias depois de Colbert ter criticado o acordo legal entre Donald Trump e a Paramount Global, a empresa-mãe da CBS, relativamente a uma disputa de longa data sobre um segmento do 60 Minutes.

Desde então, dois senadores norte-americanos apelaram à transparência sobre o assunto, questionando se o fim do programa tem realmente a ver com o resultado final.

Colbert assumiu o comando do "The Late Show" em 2015, após a reforma de David Letterman.

Ao longo de quase uma década, transformou o programa numa das vozes mais politicamente incisivas e consistentemente afiadas da televisão americana - escarafunchando regularmente Trump e outras figuras políticas com precisão satírica.

Agora, a 10 meses do fim do programa, os fãs e os colegas comediantes estão atentos para ver como Colbert planeia terminar as coisas.

Como disse Oliver: "Este homem não pára".