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Dançarina de breakdance deixa de competir após críticas sobre participação nos Jogos Olímpicos

• Nov 7, 2024, 11:17 AM
5 min de lecture
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A breaker australiana Rachael Gunn, conhecida como “Raygun”, retirou-se da competição de breakdance devido ao escrutínio, críticas e teorias da conspiração que enfrentou depois da sua coreografia pouco ortodoxa nos Jogos Olímpicos de Paris se ter tornado viral.

Gunn, uma professora universitária de 37 anos, não conseguiu entrar no placar em todas as suas três batalhas quando o break fez a sua estreia nos Jogos Olímpicos na capital francesa em agosto.

A sua rotina invulgar - que incluía movimentos como um salto canguru - rapidamente a transformou numa sensação da Internet, gerando memes intermináveis.

O desempenho também deu origem a teorias da conspiração sobre a forma como Gunn se qualificou para os Jogos, e desencadeou um debate sobre o valor do desporto e a sua inclusão nos Jogos Olímpicos.

Gunn tinha inicialmente planeado continuar a competir, mas disse que a saga tinha sido tão “perturbadora” que mudou de ideias. “Não tinha qualquer controlo sobre a forma como as pessoas me viam ou sobre quem eu era”, disse à estação de rádio 2DayFM.

“Ia continuar a competir, de certeza, mas isso parece-me muito difícil de fazer agora. Acho que o escrutínio vai existir e as pessoas vão estar a filmá-lo, e vai ficar online", acrescentou.

Rachael Gunn, da Austrália, a competir nos Jogos Olímpicos de verão de 2024, dia 9 de agosto de 2024, em Paris, França
Rachael Gunn, da Austrália, a competir nos Jogos Olímpicos de verão de 2024, dia 9 de agosto de 2024, em Paris, França Abbie Parr/Copyright 2024 The AP. All rights reserved

Gunn disse que recebeu mensagens violentas após os Jogos Olímpicos e que foi objeto de uma petição online que a acusava de ter manipulado o processo de qualificação para conseguir o seu lugar nos Jogos Olímpicos. A petição obteve 50.000 assinaturas, antes de ser retirada a pedido do Comité Olímpico Australiano (AOC).

“As teorias da conspiração eram completamente loucas”, disse Gunn. “Mas eu tento focar-me nos aspetos positivos e é isso que me ajuda a ultrapassar a situação”.

“As pessoas que gostaram [disseram]: 'Inspiraste-me a ir lá fora e a fazer algo que eu era demasiado tímido para fazer. Trouxeste alegria, trouxeste riso. Estamos muito orgulhosos de ti”, explicou na sua entrevista à rádio em Sydney.

No meio das críticas, o desempenho de Gunn foi defendido por um juiz olímpico de breakdance e pela AOC. Em setembro, a World DanceSport Federation classificou-a como a melhor dançarina de breakdance a nível mundial.

O break foi retirado do programa olímpico para os Jogos de 2028, em Los Angeles, e não está previsto para os Jogos de 2032, em Brisbane. A atuação de Gunn em Paris dividiu a comunidade do breakdance, com alguns dos seus pares a defendê-la e outros a dizerem que ela tinha ridicularizado este desporto no maior palco do mundo.

Embora Gunn tenha dito que não tem planos para voltar ao breakdance competitivo, a atleta não vai parar totalmente de dançar break. “Eu ainda danço e ainda faço break”, explicou Gunn, “Mas isso é, tipo, na minha sala de estar com o meu parceiro.”