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Portugueses são dos que gastam menos nas férias

• Jul 10, 2025, 6:58 AM
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As férias, tão desejadas pelos portugueses, estão a chegar, mas nem sempre o orçamento acompanha este desejo. De acordo com vários estudos realizados, as despesas terão de ser mais controladas, já que a maioria dos inquiridos revelou que este ano será necessária uma gestão mais cautelosa dos gastos.

E os números falam por si. De acordo com o barómetro da Europ Assistance, o orçamento médio dos portugueses para as férias de verão deste ano é de 1515 euros, menos 23% face ao valor de 2024. “É um valor que continua abaixo da média europeia, que este ano se fixa nos 2080 euros” diz o estudo que analisa os planos de férias em 23 países, 11 dos quais europeus, mas também da América do Norte, Oceânia, Médio Oriente e Norte de África.

Entre os 11 países europeus, Portugal cai para a nona posição da tabela, com a Suíça a liderar a classificação com 3.052 euros. Se considerarmos os 23 países inquiridos, Portugal fica-se pela 18,ª posição. A Austrália é o país com o orçamento de férias mais elevado: 3.193 euros.

Mas apesar de ter um dos orçamentos mais baixos, 50% dos portugueses que vão viajar afirmam que vão gastar mais do que no ano anterior. “Portugal destaca-se como um dos países europeus mais entusiasta em relação a viagens, com 83% das pessoas a expressar o desejo de viajar, em comparação com uma média europeia de 81%, apenas superado por Itália (85%) e Inglaterra (84%). Além disso, Portugal é um dos países com a maior proporção de pessoas (78%, mais 6 pontos percentuais face a 2024) a planear fazer férias de verão. Por outro lado, Alemanha e Bélgica são os países onde há menos pessoas a planear férias de verão, com apenas 72% e 73%, respetivamente, da população a considerar essa possibilidade”, diz o relatório.

Obstáculos

As restrições financeiras continuam a ser o principal impedimento para não viajar e 44% dos portugueses que não vão de férias apontam questões orçamentais como a principal razão. A inflação continua a ser o principal motivo a retrair as pessoas. “Portugal é o país europeu onde este receio é mais pronunciado (85%), e é também o país da Europa onde os preços elevados mais impactam o orçamento dedicado ao lazer”, salienta o barómetro.

O estudo diz ainda que o contexto político e os riscos de segurança e saúde são cada vez mais ponderados pelos portugueses na escolha de destinos. “Em Portugal os conflitos armados e preocupações com a saúde (surto epidémico), 77% e 73%, respetivamente, são considerados fatores de preocupação na hora de decidir para onde viajar – valor superior à média europeia (57% e 44%). Quatro em cada 10 europeus afirma que tem receio de enfrentar um desastre natural durante a viagem”, acrescenta.

Antecedência

Segundo o barómetro, os portugueses estão a planear as suas férias de verão com uma maior antecedência: apenas 7% ainda não planearam as férias, e 29% já o fizeram com mais de dois meses de antecedência, uma tendência que se justifica por motivos económicos e de procura por melhores ofertas. E acrescenta: “O nosso país segue o padrão do sul da Europa, com a maioria das férias a ter lugar em julho e agosto”.

Este é um dos principais conselhos do gabinete de Proteção Financeira da Deco. “O ideal seria começar a preparar as próximas férias assim que as anteriores terminam. Mas mesmo que tal não aconteça, deve agir com algum tempo de antecedência, o que lhe permitirá aproveitar melhores preços e manter o controlo sobre as despesas”, salienta.

Outra recomendação importante: “Antes de escolher o destino de sonho, é fundamental perceber quanto pode efetivamente gastar. Para isso, avalie o seu rendimento mensal disponível, as despesas fixas e outros encargos já assumidos e só depois defina um teto máximo para as férias. Com este limite em mente, poderá tomar decisões mais conscientes e ajustar os seus planos à sua realidade financeira”, refere.

Financiamento

O subsídio de férias é, muitas vezes, usado para financiar parte das férias, mas também é certo que esta verba extra, mutas vezes, é usada para face a despesas adicionais, como o pagamento dos seguros, do IMI, ou de outras despesas.

No entanto, há outras alternativas. A par do cartão de crédito e do crédito para férias, há quem recorra à conta-ordenado e ao crédito pessoal. Mas também aqui a Deco deixa alertas: “Se pretender usar o descoberto autorizado associado à conta-ordenado lembre-se que ficará com uma dívida e vai pagar juros a contar logo do momento em que começar a usar o crédito. E quando receber o próximo ordenado ser-lhe-á descontado na totalidade o montante gasto. Já o crédito pessoal não tem fim específico e pode lhe ser exigida uma livrança e um seguro de vida ou de proteção de crédito. Incorrerá em juros e vai ter de pagar comissões. Deve ainda avaliar a TAEG [taxa anual de encargos efetiva global] associada”.

Quanto ao cartão de crédito, a associação diz que se trata de uma opção simples e prática, já que está limitado a um plafond (teto máximo disponibilizado pelo banco) , que comporta alguns riscos, mas também vantagens. “Se tiver condições de pagar a totalidade do crédito nos 20 a 50 dias seguintes não lhe serão cobrados juros, mas pondere se terá condições para o fazer”.

Mas salienta as mais-valias: “Porque imprevistos acontecem, ter um cartão de crédito pode resolver uma emergência que poderá surgir”. Já se tiver a modalidade cashback, permite receber uma percentagem sobre o valor que gastar (em regra entre 1% e 3%). Por outro lado, aconselha a confirmar que seguros inclui. “Por exemplo, se pagar a viagem de avião com o cartão de crédito poderá beneficiar de seguro de viagem (modalidade incluída nos cartões mais caros). Informe-se também sobre as coberturas associadas ao cartão, que poderão incluir assistência em viagem, acidentes pessoais, internamento hospitalar, despesas médicas e repatriamento, por exemplo, não necessitando de contratar um seguro à parte”.

Outra hipótese passa por recorrer a um crédito com penhor. “Se tiver uma aplicação financeira – por exemplo, um fundo de investimento ou conta-poupança –, pode pedir um empréstimo com essa garantia e pagará menos juros do que outro crédito. No entanto, deverá ser de montante igual ou superior ao montante que pedir e não poderá ser mobilizado enquanto mantiver a dívida”.

Seguro: sim ou não?

Em matéria de proteção, de acordo com o barómetro da Europ Assistance, os portugueses continuam a valorizar a segurança durante as viagens, com 50% a planear subscrever um seguro de viagem, apesar deste valor ser mais baixo que em 2024 (58%).

Apesar disso, é um valor que se mantém em linha com média europeia (50%). Despesas médicas (79%), bagagem (78%), cancelamento e interrupção de viagem (78%), são as principais coberturas referidas pelos portugueses na subscrição de um seguro de viagem, uma tendência acima da média europeia, que se encontra, respetivamente, nos 75%, 70% e 68%.

A maioria dos portugueses adquire o seu seguro de viagem através de uma agência de viagem ou por intermédio de um corretor de seguros.

Em Portugal o preço é o fator mais determinante na escolha de um seguro de viagem, 64%. A reputação da seguradora, 35%, a variedade de produtos, 31%, e a presença internacional da empresa, 21%, também são determinantes.