Trump quer um depósito de 15.000 dólares para a obtenção de um visto

Na mais recente de uma série de políticas anti-imigração, a administração Trump anunciou uma medida-piloto para exigir a alguns requerentes de visto um depósito de 15.000 dólares.
A decisão, publicada no Registo Federal na terça-feira, será testada durante um ano, a partir de 19 de agosto, e visa garantir que os visitantes cumpram a duração de estadia legalmente prevista.
De acordo com o departamento de Estado dos EUA, o dinheiro só será devolvido depois de o titular deixar os EUA e o seu visto expirar.
O departamento de Estado ainda não anunciou a lista dos países em causa, mas esclareceu que a medida será aplicada a "nacionais de países com elevadas taxas de ultrapassagem do período de permanência" ou que levantem suspeitas devido à falta de sistemas de controlo fiáveis.
A decisão abrange tanto os vistos de turismo como os vistos de negócios.
Medidas mais duras contra os países africanos
Segundo dados da administração norte-americana, mais de 500 mil pessoas excederam o prazo de validade dos seus vistos em 2023.
No âmbito do reforço das exigências relativas aos vistos, Trump anunciou, nos últimos meses, decisões que afetaram particularmente vários países africanos. A 4 de agosto, Washington anunciou a suspensão total dos vistos para cidadãos do Burundi, invocando "violações repetidas" dos requisitos de residência.
Esta medida surge num momento em que os EUA, juntamente com o Canadá e o México, se preparam para acolher o Campeonato Mundial de Futebol da FIFA em 2026, seguido dos Jogos Olímpicos de São Francisco em 2028. Esta decisão levantou preocupações nas redes sociais quanto à possibilidade de os atletas, sobretudo os africanos, poderem participar nestes grandes eventos.
Cerca de quarenta países, maioritariamente europeus, continuam a beneficiar do Programa de Isenção de Vistos, que permite aos seus cidadãos permanecer nos EUA até 90 dias sem necessidade de visto. Não há nenhum país africano na lista, ao passo que o Qatar é o único país do Médio Oriente incluído no programa.