UE "adormeceu" na questão da paz na Ucrânia, diz Viktor Orbán

O chefe do governo húngaro afirmou, na sua declaração habitual de sexta-feira na rádio pública, em relação ao próximo encontro entre os presidentes americano e russo, que a UE "adormeceu" na gestão da crise na Ucrânia. Por isso, insiste que haja uma cimeira europeia-russa, se possível, antes da cimeira americano-russa.
Na sua opinião, o presidente de França e o chanceler alemão deveriam ir a Moscovo. Caso não queiram, defendeu, devem encontrar-se com o presidente russo num local neutro. O essencial é que, de qualquer forma, será necessário um encontro entre a Europa e a Rússia para garantir a paz na Ucrânia, destacou Orbán, pelo que a Europa não deve aceitar tornar-se um coadjuvante neste processo de paz.
Orbán também disse, a este respeito, que se a Europa quer manter o seu futuro nas suas próprias mãos, "não pode ficar sentada em casa como uma criança mimada, a gritar com o presidente russo, mas deve negociar, não no campo de batalha, mas com diplomacia, para pôr fim à guerra".
Neste contexto, referiu-se às negociações que o governo húngaro conduziu com a liderança russa na qualidade de presidente em exercício da UE, por esta altura do ano passado, como esforços exemplares, mas não mencionou que a liderança da UE e os Estados-membros protestaram unanimemente contra as reuniões que Orbán descreveu como tendo sido de mediação da paz.
Segundo a Euronews, o presidente dos EUA anunciou, na quarta-feira à noite, hora local, que iria encontrar-se pessoalmente com o chefe de Estado russo e, depois, com o presidente ucraniano nos próximos dias, e que pretendia uma reunião trilateral. A União Europeia não foi convidada para nenhuma das duas reuniões, mas Donald Trump manteve uma conversa telefónica com os dirigentes da UE, que terão aceite a ideia dos EUA.
O presidente dos EUA já tinha feito um ultimato aos dirigentes russos: ou estes estão dispostos a encetar conversações de fundo sobre a paz na Ucrânia ou a Rússia enfrentará novas sanções, mais severas do que nunca. Este ultimato, cujo prazo de 50 dias foi entretanto reduzido para 12 dias por Donald Trump, expira hoje.
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