Trump diz que as tropas americanas não vão defender a Ucrânia e avisa Kiev que a adesão à NATO é "impossível"

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, excluiu a possibilidade de enviar tropas americanas para ajudar a defender a Ucrânia contra a Rússia, depois de ter deixado essa possibilidade em aberto no dia anterior.
Numa entrevista televisiva matinal, Trump disse também que as esperanças da Ucrânia de aderir à NATO e de recuperar a Península da Crimeia da Rússia são ambas "impossíveis".
Trump, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy e outros líderes europeus mantiveram horas de conversações em Washington, na segunda-feira, com o objetivo de pôr fim à invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia.
Em resposta a perguntas de jornalistas na Casa Branca, Trump não excluiu a possibilidade de enviar tropas americanas para participar num esforço liderado pela Europa para defender a Ucrânia, como parte das garantias de segurança solicitadas por Zelenskyy.
Após o encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, na semana passada, no Alasca, Trump disse que Putin estava aberto à ideia de garantias de segurança para a Ucrânia.
Mas questionado pela Fox News na terça-feira sobre que garantias poderia dar para além do seu mandato de que as tropas americanas não fariam parte da defesa da fronteira da Ucrânia, Trump disse: "Bem, têm a minha garantia e eu sou presidente".
No entanto, Trump não terá qualquer controlo sobre as forças armadas dos EUA após o fim do seu mandato, em janeiro de 2029.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, também sublinhou que "as botas dos EUA não estarão no terreno" como parte de qualquer potencial missão de manutenção da paz.
Leavitt afirmou ainda que Putin prometeu a Trump que iria reunir-se pessoalmente com Zelenskyy, mas tal ainda não foi confirmado pelo Kremlin.
Durante as conversações com Zelenskyy e os líderes europeus na segunda-feira, Trump disse que estava a insistir em conversações a três entre Zelenskyy, Putin e ele próprio.
Mas depois de falar com Putin no final do dia, Trump disse que estava a organizar primeiro um encontro cara a cara entre Zelenskyy e Putin e que as conversações a três se seguiriam, se necessário.
"Foi uma ideia que evoluiu no decurso das conversas do presidente com o presidente Putin, o presidente Zelensky e os líderes europeus ontem", explicou Leavitt.
Trump disse acreditar que o curso de ação de Putin se tornaria claro nas próximas semanas.
"Acho que Putin está cansado disso", disse Trump. "Acho que todos eles estão cansados disso. Mas nunca se sabe. Vamos descobrir tudo sobre o presidente Putin nas próximas semanas. Isso eu posso dizer-vos".
Trump disse na mesma entrevista que está otimista quanto à possibilidade de se chegar a um acordo para pôr fim à invasão russa, mas sublinhou que a Ucrânia terá de pôr de lado a sua esperança de recuperar a Crimeia, que foi tomada pelas forças russas em 2014, e as suas aspirações de longa data de aderir à aliança militar da NATO.
"Ambas as coisas são impossíveis", disse Trump.
Putin, como parte de qualquer potencial acordo para retirar as suas forças da Ucrânia, pretende a retirada das tropas ucranianas das regiões de Donetsk e Luhansk, bem como o reconhecimento da Crimeia como território russo.
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