Homem armado com facas fere cinco pessoas em Marselha antes de ser abatido pela polícia

Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas num ataque com armas brancas na tarde de terça-feira na cidade de Marselha, no sul da França. Uma delas encontra-se em estado grave no hospital.
O autor dos factos, um cidadão tunisino em situação regular, foi abatido pelas forças de segurança.
Segundo o procurador da República Nicolas Bessone, o suspeito tinha sido recentemente expulso do seu hotel, localizado no bairro de Belsunce, por não ter pago o quarto.
Terá regressado armado com duas facas e um cassetete, tendo atacado primeiro uma pessoa que estava no quarto que ocupava anteriormente, antes de atingir o gerente do hotel e o filho deste.
O procurador acrescentou que o homem continuou a sua violência num snack-bar próximo e nas ruas, tentando ferir pessoas ao acaso, antes de ser "neutralizado" pela polícia.
"Temos de retomar o controlo dos fluxos migratórios", segundo Retailleau
O presidente da região Provence-Alpes-Côte d'Azur, Renaud Muselier, lamentou "um drama terrível" e agradeceu a intervenção da polícia.
"O que aconteceu em Marselha foi uma tragédia terrível. Obrigado à nossa polícia nacional. A polícia estava lá no momento certo e mostrou grande compostura. Salvaram vidas ao neutralizar um assassino", afirmou no X.
O presidente da Câmara de Marselha, Benoît Payan, também agradeceu aos agentes da polícia e manifestou o seu apoio às vítimas do atentado.
"Ao lado dos habitantes, das forças de ordem e dos serviços de emergência, expresso todo o meu apoio a todas as pessoas afetadas pelo ignóbil ataque com faca ocorrido hoje em Belsunce", afirmou no X.
Foi aberta uma investigação para determinar o motivo do agressor, e a polícia judiciária foi chamada para averiguar os crimes de "tentativa de homicídio voluntário" e "tentativa de homicídio voluntário contra um agente da polícia".
O procurador de Marselha também acionou a Inspeção Geral da Polícia Nacional (IGPN) após o uso de uma pistola automática pelos polícias presentes no local.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, chegou ao local na terça-feira à noite, por volta das 20h, onde foi recebido por Benoît Payan.
Culpa é atribuída à imigração
O suspeito tinha um cartão de residência com validade até 2032 e antecedentes criminais, segundo Bruno Retailleau. Era conhecido dos serviços de inteligência, mas não estava identificado como uma pessoa radicalizada e, em vez disso, era reconhecido como alguém que "sofria de distúrbios psiquiátricos".
"Segundo testemunhas, ele teria proferido várias palavras religiosas e confusas durante a sua investida. Os elementos recolhidos durante as primeiras etapas da investigação não são suficientes para fundamentar a competência do Ministério Público Nacional Antiterrorista", declarou uma fonte judicial à AFP.
"Quando, em alguns momentos, criei polémica ao indicar que, por vezes, a imigração não era necessariamente uma oportunidade em todas as condições, existem percursos que são bons percursos, mas devemos ter muito cuidado com aqueles e aquelas que acolhemos", declarou Bruno Retailleau. "Temos de retomar o controlo dos fluxos migratórios."
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