Rússia lança mais de 500 drones e mísseis contra a Ucrânia durante a noite

A Rússia lançou um ataque de mais de 500 drones e duas dúzias de mísseis contra várias regiões da Ucrânia durante as primeiras horas de quarta-feira, visando infraestruturas civis e instalações energéticas, segundo as autoridades.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, disse que dezenas de edifícios residenciais ficaram danificados em diferentes regiões, acusando a Rússia de ter "rotineiramente" como alvo bairros urbanos e civis.

"Estes ataques russos são claramente demonstrativos. Putin está a mostrar a sua impunidade", alertou Zelenskyy. "E isto exige, sem dúvida, uma resposta do mundo. É apenas devido à falta de pressão suficiente, principalmente sobre a economia de guerra da Rússia, que esta agressão continua".

A escalada dos ataques de Moscovo contra a Ucrânia ocorre numa altura em que os líderes europeus continuam a tentar reforçar a defesa de Kiev, dando um novo impulso aos esforços de paz liderados pelos Estados Unidos, até agora sem sucesso.

Durante uma visita de quatro dias aos países da União Europeia vizinhos da Rússia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, refletiu esta preocupação.

"Putin não mudou e não vai mudar. É um predador", disse von der Leyen, "só pode ser mantido sob controlo através de uma forte dissuasão".

Zelenskyy referiu que Kiev deve discutir a necessidade de manter a pressão com os seus aliados nos próximos dias.

O líder ucraniano chegou à Dinamarca na terça-feira para conversações com os países do Norte da Europa e do Báltico sobre uma nova ajuda militar e um maior apoio diplomático à Ucrânia.

Esta quarta-feira, vai deslocar-se a França para conversações com o homólogo francês, Emmanuel Macron, antes de uma reunião na quinta-feira sobre as garantias de segurança pós-guerra para a Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, deslocou-se à China para se encontrar com o líder chinês, Xi Jinping, e com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ambos acusados pelos Estados Unidos de continuarem a apoiar os esforços de guerra da Rússia.

Entretanto, o secretário da Defesa do Reino Unido, John Healey, chegou a Kiev para conversações com o homólogo ucraniano, Denys Shmyhal.

Espera-se que os dois discutam projetos conjuntos de defesa e "decisões bilaterais importantes que vão reforçar as capacidades de defesa", escreveu Shmyhal numa mensagem publicada no Telegram.