Ataque dos EUA contra suposto grupo de narcotraficantes na Venezuela faz 6 mortos

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta terça-feira que a Marinha norte-americana matou seis pessoas após um novo ataque a uma embarcação de bandeira venezuelana ao largo da costa da Venezuela. Este é o quinto ataque da Marinha dos EUA contra embarcações de Caracas — que Trump acusa sem provas de serem traficantes de droga — nestas águas nas últimas semanas.
Os acontecimentos surgem poucos dias depois de o comité do Prémio Nobel da Paz ter atribuído este prestigiado galardão a María Corina Machado, líder da oposição venezuelana que permanece escondida no interior da Venezuela por razões de segurança, que tem apelado repetidamente a uma transição pacífica e ao fim do regime de Nicolás Maduro. A dirigente tem participado em entrevistas internacionais - como na 'Fox News', onde elogiou algumas iniciativas de Donald Trump - e tem falado, em algumas ocasiões, da necessidade de Maduro abandonar o poder.
"Sob a minha autoridade como comandante-em-chefe, o secretário da Defesa [Pete Hegseth] ordenou um ataque aéreo contra uma organização terrorista designada (...) que conduz actividades de tráfico de droga em torno da costa venezuelana", escreveu Trump na sua própria rede social, a Truth Social, garantindo que os serviços de inteligência norte-americanos confirmaram as actividades criminosas da embarcação.
Republicanos e democratas pedem provas do suposto tráfico de drogas
A administração Trump ainda não forneceu ao Congresso dos EUA provas que atestem que os navios atacados pelos militares norte-americanos estão a transportar drogas, de acordo com dois funcionários executivos não identificados e familiarizados com o assunto que falaram com a Associated Press. Alguns republicanos procuram obter da Casa Branca uma justificação legal e mais pormenores sobre os ataques, enquanto os democratas argumentam que os ataques violam o direito internacional.
Na semana passada, o Senado dos EUA votou uma resolução de poderes de guerra que teria proibido a administração Trump de realizar os ataques, a menos que especificamente autorizado pelo Congresso, mas não foi aprovada.
O ministro da Defesa da Venezuela**, Vladimir Padrino**, disse há alguns dias que o governo dos EUA sabe que as acusações de tráfico de drogas usadas "são falsas" e que sua verdadeira intenção é "forçar uma mudança de regime" no país sul-americano. "Quero alertar a população: temos que nos preparar porque a irracionalidade com que o império dos EUA opera não é normal", disse Padrino. "É anti-política, anti-humana, belicista, grosseira e vulgar".
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