"De repente, ouvimos tiros no ar". Trump conta como foi avisado sobre a tentativa de assassínio
Na noite de segunda-feira, às 20:00 locais, Trump fez a sua primeira intervenção desde a alegada tentativa de assassinato no domingo.
A partir da sua casa em Mar-a-Lago, na Florida, Trump deu uma entrevista a Farokh, criador de conteúdos e influencer, através do X Spaces - conversas de áudio ao vivo da rede social X - onde contou na primeira pessoa o que aconteceu no domingo no campo de golfe onde foi alegadamente vítima de tentativa de assassinato.
“Estava a jogar golfe com alguns dos meus amigos. Era uma manhã de domingo e estava tudo muito calmo, um tempo muito bonito. Tudo era bonito. Era um sítio agradável para se estar", começa por contar.
"E, de repente, ouvimos tiros no ar, provavelmente quatro ou cinco. Um agente dos serviços secretos tinha visto o cano de uma AK-47, que é uma arma muito potente, e começou a disparar para os arbustos”, contou.
De forma irónica, Trump disse que gostaria de ter acabado o seu jogo, mas que fugiram de imediato do local. “Adoraria ter dado aquele último putt [pancada suave que atinge uma bola de golfe em direção ao buraco], mas decidimos sair dali”, disse o ex-presidente dos EUA.
Trump aproveitou para elogiar os agentes e uma civil, que tirou fotografias à matrícula do suspeito, por terem ajudado a localizá-lo - foi apanhado após uma perseguição a alta velocidade.
O tema da entrevista ao candidato presidencial republicano era a criptomoeda, mas Trump não perdeu a oportunidade para fazer campanha e falou sobre a reforma do sistema de imigração ou da substituição de Biden por Harris na corrida presidencial.
Suspeito enfrenta duas acusações federais de posse de armas
As autoridades policiais capturaram Ryan Wesley Routh no condado de Martin, acusando-o de ter visado Trump numa tentativa de assassinato no clube de golfe em West Palm Beach, na Florida.
Um documento do FBI revela que o suspeito se escondeu entre as sebes do clube durante 12 horas. A polícia encontrou no local uma espingarda de assalto do tipo SKS, uma GoPro e um saco de comida.
O homem de 58 anos enfrenta agora duas acusações federais, mas nenhuma está relacionada com uma tentativa de assassinato.
A primeira acusação é de posse de uma arma de fogo por um criminoso condenado, relacionada com um episódio que Routh teve com a polícia há cerca de 20 anos na Carolina do Norte, o que implicará uma possível pena de 15 anos de prisão, uma multa de 250 mil dólares (cerca de 225 mil euros) e três anos de liberdade vigiada.
A segunda acusação, também por posse de arma de fogo, mas esta por ter um número de série obliterado, o que implica uma provável pena de prisão de cinco anos, a mesma multa e ainda três anos de liberdade vigiada.
A confirmarem-se ambas as condenações, Ryan Routh pode levar a uma pena combinada de 20 anos de prisão. A investigação poderá levar a outras acusações.
Até à data, o motivo ainda não é claro, mas o histórico do suspeito sugere que ele tinha fortes pontos de vista políticos, incluindo sobre a Ucrânia e a China.
Routh partilhou repetidamente o seu apoio à Ucrânia em várias plataformas das redes sociais e afirmou ter gerido um esquema de recrutamento de voluntários internacionais para lutar pela Ucrânia contra a invasão russa. A Legião Estrangeira da Ucrânia negou quaiquer ligações ao norte-americano.
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