Reações europeias e mundiais aos ataques israelitas que mataram o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah
O Hezbollah confirmou no sábado que o seu líder e um dos seus fundadores, Hassan Nasrallah, foi morto num ataque aéreo israelita em Beirute no dia anterior.
Nasrallah, que liderou o Hezbollah durante mais de três décadas, é de longe o alvo mais poderoso a ser morto por Israel em semanas de intensificação dos combates com o Hezbollah.
As forças armadas israelitas afirmaram ter efetuado um ataque aéreo de precisão na sexta-feira, enquanto os dirigentes do Hezbollah se encontravam reunidos no seu quartel-general em Dahiyeh, a sul de Beirute.
O Ministério da Saúde libanês afirmou que seis pessoas morreram e 91 ficaram feridas nos ataques, que arrasaram seis edifícios de apartamentos.
Alemanha
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, considerou a situação no Líbano extremamente perigosa e afirmou que a região do Médio Oriente em geral corre o risco de cair numa "espiral absoluta de violência".
"A situação representa uma séria ameaça à estabilidade na região e à estabilidade do Líbano, o que nunca serve a segurança e os interesses de Israel", afirmou num post no X.
França
O Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros francês afirmou que está em contacto com as autoridades libanesas para evitar mais desestabilização.
O antigo eurodeputado Jean-Luc Melenchon afirmou que o assassinato de Nasrallah "é mais um passo para a invasão do Líbano e para a guerra geral".
"A França já não conta no terreno. Os crimes de Netanyahu vão continuar, uma vez que não são punidos. O perigo é extremo para a região e para o mundo", escreveu no X.
Itália
Numa breve declaração, o Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, não fez qualquer referência direta à morte de Nasrallah, mas instou todos os italianos no Líbano a abandonarem imediatamente o país.
"Apelamos a todos os cidadãos italianos para que abandonem o Líbano o mais rapidamente possível, utilizando também os voos regulares que continuam a operar a partir do aeroporto de Beirute para Milão e Roma", disse Tajani em Colónia.
Israel garantiu a segurança dos mais de 1.200 soldados italianos estacionados no sul do Líbano, que fazem parte de uma força de paz da ONU com 10.000 efectivos.
Rússia
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia declarou que condena veementemente o assassinato de Nasrallah e apelou a Israel para que cesse todas as hostilidades no Líbano.
"Esta ação enérgica tem consequências dramáticas ainda maiores para o Líbano e para todo o Médio Oriente", afirma o comunicado.
Turquia
O presidente Recep Tayyip Erdoğan condenou os ataques de Israel no Líbano como parte do que ele chamou de uma política de "genocídio, ocupação e invasão".
Num post no X, Erdoğan disse que o mundo muçulmano deveria mostrar uma postura mais "determinada".
Nações Unidas
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse estar "gravemente preocupado" com o que chamou de "escalada dramática" no Líbano.
"Este ciclo de violência tem de parar agora e todas as partes têm de se afastar da beira do abismo. O povo libanês e o povo israelita, bem como toda a região, não podem permitir-se uma guerra total", afirma um comunicado do seu gabinete.
Estados Unidos
O Presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que a morte de Nasrallah era "uma medida de justiça para as suas muitas vítimas, incluindo milhares de americanos, israelitas e civis libaneses".
Biden reafirmou o apoio americano ao "direito de Israel de se defender contra o Hezbollah, o Hamas, os Houthis e quaisquer outros grupos terroristas apoiados pelo Irão".
Israel
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel "acertou as contas" com a morte de Nasrallah, considerando-a um "ponto de viragem histórico".
"Acertámos contas com o responsável pelo assassinato de inúmeros israelitas e de muitos cidadãos de outros países, incluindo centenas de americanos e dezenas de franceses", afirmou.
Irão
O Presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, afirmou que a morte de Nasrallah "só reforçará ainda mais a resistência", acrescentando que os EUA não podem negar a sua cumplicidade.
O líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, decretou cinco dias de luto e apelou a todos os muçulmanos para que se levantem contra Israel.
Disse ainda que a morte de Nasrallah "não passará despercebida".
Hamas
O Hamas condenou o assassinato de Nasrallah como um "ato cobarde e terrorista".
"Condenamos com toda a veemência esta agressão sionista bárbara e o ataque a edifícios residenciais", declarou o grupo num comunicado.
"Face a este crime e massacre sionista, renovamos a nossa solidariedade absoluta e mantemo-nos unidos aos irmãos do Hezbollah e à resistência islâmica no Líbano."
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