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União Europeia: sim ou não? Os moldavos vão votar

• Sep 30, 2024, 3:30 PM
11 min de lecture

Antes da votação, o repórter da Euronews Hans von der Brelie viajou pelo país situado entre a Roménia e a Ucrânia. Falou com pró-europeus no Oeste e com separatistas pró-russos no Leste, na região separatista moldava da Transnístria.

Qual poderá ser o impacto da adesão à UE na economia e na vida quotidiana das pessoas?

Comecemos por Ungheni, perto da fronteira romena, onde visitámos um produtor industrial de tapetes. Os edifícios gigantescos datam do tempo da União Soviética, quando cerca de 2000 trabalhadores produziam tapetes para o Bloco de Leste. O colapso económico da União Soviética trouxe mudanças dolorosas. A turbulência política na Moldávia, a crise financeira, a pandemia, a subida em flecha dos preços da energia e a agressão russa contra a vizinha Ucrânia vieram agravar os problemas. Atualmente, o pessoal da fábrica de tapetes está reduzido a 150 pessoas. 

Empresas favoráveis à adesão à UE

Mas Ghenadie Podgornii, diretor técnico da Covoare Ungheni, partilha uma perspetiva otimista: “A adesão ao mercado interno europeu significa livrarmo-nos de toda a burocracia relacionada com a exportação/importação”, afirma o responsável.

Cerca de 70 por cento dos tapetes são vendidos a clientes da UE. De acordo com a diretora financeira Aliona Tiuticov, há mais potencial. “Tornar-se membro da UE é uma mais-valia. É bom para a nossa imagem como país e como empresa”, diz a responsável.

A direção procura mais 30 pessoas para contratar, mas muitos moldavos estão a trabalhar na Europa Ocidental. A adesão à UE poderá trazer estabilidade económica à Moldávia e, consequentemente, abrandar o êxodo de pessoas.

“A adesão à UE será uma vantagem para a nossa empresa, pois ajudar-nos-á a manter os trabalhadores na Moldávia. Para ganharem dinheiro, já não são obrigados a ir trabalhar para o estrangeiro”, diz Ghenadie Podgornii.

Podgornii passou ele próprio por esta experiência: “Vivi no estrangeiro, durante 12 anos trabalhei em Itália. Regressei à Moldávia porque queria fazer alguma coisa no meu país. Mas sobretudo voltei porque aqui sinto-me em casa”.

O que é que os trabalhadores pensam da União Europeia? Maria é uma tecelã industrial de tapetes: “É bom entrar na União Europeia, porque assim os salários serão mais elevados”.

Andrei, operário, concorda: “Vamos vender mais produtos na Europa e, por isso, vamos ganhar mais dinheiro e os nossos salários vão aumentar.”

Nem todos os tecelões de tapetes partilham este otimismo pró-europeu. Uma tecelã chamada Maria mostra-se cética em relação à adesão à UE: “Os preços nas lojas podem subir ainda mais”, disse a trabalhadora moldava.

UE apoia economia da Moldávia

Mas a maioria dos moldavos é a favor da adesão à UE, segundo as sondagens de opinião. Atualmente, a Moldávia já tem acesso a programas de apoio financiados pela UE. Foi assim que a empresa de tapetes pôde colocar módulos fotovoltaicos no seu telhado, baixando assim a fatura da eletricidade.

Passemos a uma aldeia no centro, perto da capital Chisinau. A Moldávia é um grande exportador de produtos agrícolas, como ameixas, maçãs, frutos secos e vinho. Igor Golbian lançou uma start-up de  frutos secos e óleo de girassol biológicos. Como não encontrou trabalhadores locais em número suficiente, contratou trabalhadores da Índia.

Golbian tem planos para exportar para a Roménia, Bélgica, Alemanha e Países Baixos.

“Como exportador, é preciso estar bem informado sobre os requisitos técnicos relativos às regras de embalagem, condições de armazenamento, logística, rotulagem, amostragem laboratorial...Neste momento, a Moldávia está a atravessar uma fase muito importante. Esta é a nossa última oportunidade de entrar no último vagão deste comboio em direção à União Europeia!”

No próximo referendo de outubro, os moldavos tomarão uma primeira decisão sobre a adesão à UE. Mas os 27 Estados-Membros da UE também têm uma palavra decisiva a dizer. E isso pode demorar algum tempo. Além disso, existe ainda o famoso “conflito congelado” no leste da Moldávia: a Transnístria.

Um país divido

A República da Moldávia é um país dividido. No Leste, os separatistas pró-russos estão a governar. Como jornalista da Europa Ocidental, preciso de uma acreditação especial para passar nos postos de controlo. Cerca de 2000 soldados russos ainda estão presentes na Transnístria. Há 34 anos, a região de língua russa declarou a independência. Mas o pequeno pseudo-Estado não é reconhecido, nem mesmo por Moscovo...até agora... (embora seja fortemente apoiado).

Se a Moldávia se tornar membro da UE, o que é que isso significaria para a Transnístria?

“É uma boa iniciativa e traria vantagens para ambos, para a Transnístria e para a Moldávia”, afirmou Daria, na capital separatista, Tiraspol.

Tatiana, uma senhora idosa, discorda: “Estamos à espera da Rússia. Com a Rússia, o nosso futuro será melhor, mais belo e mais alegre! Porque seremos reconhecidos como parte da Rússia. Ou, pelo menos, a Rússia reconhecer-nos-á como um Estado independente”.

A dependência do gás russo

A indústria pesada da Transnístria depende do gás russo gratuito. No final de dezembro, este gás pode acabar. O acordo de trânsito com a Ucrânia não será prolongado. Acabou-se o gás russo para a Transnístria? Isso pode ser o fim de muitas fábricas de grande dimensão. Existem fontes alternativas... mas quem é que vai pagar? Os separatistas? O governo moldavo?

Um rude golpe para os oligarcas

Desde o início deste ano, a Moldávia cobra direitos de exportação/importação, IVA e taxas de poluição ambiental às empresas da Transnístria e intensificou a luta contra o branqueamento de capitais. Do ponto de vista da UE, trata-se de procedimentos normais que se limitam a seguir regras comuns. Mas é um duro golpe para os oligarcas da Transnístria que controlam os interesses políticos e económicos da região separatista. 

Além disso, há suspeitas de que as peças electrónicas “fabricadas na Transnístria” são incorporadas nos sistemas de armas russos. Trata-se da chamada “dupla utilização”. Grandes empresas como a Elektromash, a Moldavisolit e a Bender Potential estão entre as suspeitas.

O presidente da federação industrial da Transnístria, Yuriy Mikhaylovich Cheban, nega as acusações, critica os controlos rigorosos das exportações introduzidos pela República da Moldávia e classifica-os de “politicamente motivados”. Mais de 40 mil pessoas saíram à rua para protestar. Devido a todas estas medidas, já perdemos cerca de 70 a 80 milhões de euros, dinheiro que falta agora no nosso orçamento”, disse o responsável.

O chamado “presidente” da Transnístria classificou os impostos moldavos como uma “agressão”. O auto-intitulado ministro da economia da Transnístria, Sergei Obolnik, disse à Euronews: “Esses produtos ficaram cerca de 15 a 20% mais caros, devido a esses impostos, por isso agora são mais caros do que os produtos moldavos. Além disso, todos os instrumentos necessários para continuar a interagir com o Ocidente estão a desaparecer, devido a esta dupla tributação e ao encerramento de algumas das nossas contas bancárias na Moldávia. Estamos prestes a entrar em colapso económico”.

Entrevista com o ministro da Economia da Moldávia

De regresso à capital oficial da República da Moldávia, Chisinau, tenho um encontro marcado com o verdadeiro ministro da economia e vice-primeiro-ministro, Dumitru Alaiba. Os preparativos para a integração da economia moldava no mercado interno europeu estão a decorrer a todo o vapor. Mas e a Transnístria?

Euronews:

"Há uma região separatista no Leste. Qual o impacto da integração da Moldávia na União Europeia na Transnístria?"

Dumitru Alaiba:

"Essa parte (da Transnístria) da nossa economia está bastante bem integrada (no mercado interno europeu), com cerca de 80 das exportações a serem canalizadas para a União Europeia".

Euronews:

"O 'governo' da Transnístria está a queixar-se, dizendo que não é justo colocar as grandes empresas sob “embargo”.

Dumitru Alaiba:

"Quando uma empresa moldava que produz estes bens de dupla utilização tenciona exportá-los para a Rússia, então não o autorizamos. Ponto final."

Euronews:

"A Transnístria vai fazer parte da União Europeia?"

Dumitru Alaiba:

"Claro que sim."

Euronews:

Quando?

Dumitru Alaiba:

"Isso é algo que ainda está por resolver..."

Euronews:

"Quando é que a Moldávia será membro da União Europeia?"

Dumitru Alaiba:

"2030".


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