Cerca de 100 mil refugiados libaneses atravessaram para a Síria
Cerca de 100 mil pessoas atravessaram a fronteira com a Síria nas últimas duas semanas, enquanto Israel prossegue a sua ofensiva no Líbano, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e as organizações parceiras têm oferecido alimentos, água, cobertores e apoio médico nos pontos de passagem fronteiriços e estão a encaminhar as pessoas deslocadas para mais assistência na Síria.
Cerca de 5 mil refugiados libaneses também procuraram abrigo num subúrbio da capital síria, Damasco.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que se estima em um milhão o número de pessoas deslocadas no país devido aos ataques de Israel, acrescentando que o Líbano está a viver a “maior vaga de deslocações da sua história”.
Mas a situação está longe de ser sustentável, com a Síria a sofrer a sua própria crise humanitária gerada desde o início da guerra civil em 2011 e agravada pelos terramotos de 2023.
O conflito na Síria ainda está em curso e deixou milhões de pessoas a precisar urgentemente de ajuda.
Entretanto, as forças armadas israelitas avisaram várias comunidades do sul do Líbano, perto da fronteira com Israel, para abandonarem as suas casas, depois de terem iniciado aquilo a que chamaram uma operação terrestre “limitada” contra alvos do Hezbollah.
O Ministério da Saúde libanês informou que mais de mil libaneses morreram e seis mil ficaram feridos nas últimas duas semanas, desde que Israel começou a intensificar os ataques transfronteiriços no sul do Líbano e em Beirute, naquilo que as FDI descreveram como uma operação para atingir a liderança central do Hezbollah.
Cidadãos de países terceiros começam a ser retirados
Um segundo avião do Governo búlgaro partiu para Beirute para recolher os restantes cidadãos búlgaros que pretendiam ser retirados, informou o primeiro-ministro interino Dimitar Glavchev.
Glavchev informou que 61 búlgaros tinham pedido para ser retirados na segunda viagem, depois de 89 pessoas, na sua maioria famílias com crianças, terem deixado o Líbano na segunda-feira.
No entanto, muitos ainda permanecem, com apenas cerca de 160 cidadãos búlgaros dos 400 que declararam o seu desejo de deixar o país.
A Bulgária afirma que os lugares vazios no voo de terça-feira serão oferecidos a cidadãos de outros países da UE.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, instou os 1000 civis espanhóis que se encontram atualmente no Líbano a abandonar o país.
Albares disse que ainda há voos comerciais disponíveis para partir, mas que está em contacto com o Ministério da Defesa espanhol para preparar uma possível evacuação.
Um voo fretado pelo governo britânico deverá sair de Beirute na quarta-feira para levar os cidadãos do Reino Unido para fora do Líbano.
Segundo o Governo, os cidadãos britânicos, o seu cônjuge ou parceiro e as crianças com menos de 18 anos são elegíveis e será dada prioridade aos mais vulneráveis.
Até este anúncio, o governo instava os britânicos a deixarem o país em voos comerciais.
Em Chipre, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirma que as evacuações de cidadãos de países terceiros do Líbano para a ilha do Mediterrâneo Oriental têm sido “lentas e controladas até agora”.
O ministro Constantinos Kombos disse na terça-feira que as evacuações em grande escala do Líbano ainda não começaram, mesmo quando as forças terrestres israelitas entraram no sul do Líbano.
Portugal já retirou 28 portugueses e 16 familiares do território, que chegaram a Lisboa no sábado.
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