Um militar morto e três feridos após lancha da GNR ser abalroada por barco associado ao narcotráfico
Um militar da Guarda Nacional Republicana (GNR) morreu, e três outros ficaram com ferimentos leves, após uma embarcação da Unidade de Controlo Costeiro desta força de segurança ser abalroada por um barco que seguia a "alta velocidade" no rio Guadiana, na zona de Alcoutim, no Algarve, confirmou a Euronews junto de fonte oficial da guarda.
Segundo a CNN Portugal, que começou por noticiar a ocorrência, a embarcação responsável pelo acidente, que ocorreu na noite desta segunda-feira, seria uma lancha de narcotráfico proveniente do Norte de África, que atravessava uma rota habitualmente utilizada para o transporte de haxixe para a Europa.
Em comunicado depois enviado à Euronews, a GNR esclareceu que o acidente ocorreu às 23:15 de segunda-feira, "na sequência de um alerta sobre uma embarcação de alta velocidade (EAV) que se encontrava no rio Guadiana", pelo que foram mobilizadas embarcações desta força de segurança para o local, "com o objetivo de proceder à sua localização e abordagem".
Foi nesse momento que "a embarcação da GNR foi abalroada" pelo barco que seguia a alta velocidade, "resultando na morte de um militar e [em] três feridos ligeiros".
Já depois disso, "a embarcação suspeita foi encontrada a arder", estando atualmente em curso no rio Guadiana, bem como nas suas margens, "diligências para apurar as circunstâncias em que ocorreu o incêndio", mas também com vista a recolher eventuais provas materiais e para tentar localizar os suspeitos.
A guarda detalhou ainda que as operações que decorrem no local do incidente estão a ser levadas a cabo com o apoio da Polícia Marítima, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e da Guardia Civil, de Espanha.
"A Polícia Judiciária foi igualmente contactada e acionada, encontrando-se a desenvolver as investigações relativas ao caso, no âmbito das suas competências", lê-se ainda no comunicado enviado à Euronews.
A GNR assegurou ainda que irá disponibilizar apoio psicológico aos militares envolvidos no acidente e às respetivas famílias, o qual foi acionado "de imediato". Deixou ainda uma mensagem de "reconhecimento pelo exemplo de dedicação e sentido de missão demonstrado em serviço" pelos profissionais envolvidos, bem como "os mais sinceros votos de pesar à família e aos camaradas do militar falecido", tendo lamentado "profundamente" o sucedido.
Dois suspeitos detidos
Durante a tarde desta terça-feira fora detidos dois suspeitos de estarem envolvidos na morte do militar da GNR.
Os suspeitos, que já estavam referenciados pelas autoridades por tráfico de droga, seguiam num carro de matrícula espanhola e transportavam quantias avultadas de dinheiro, segundo informou a Guarda Nacional Republicana.
Desconhecem-se mais detalhes sobre a identidade dos detidos, nomeadamente a nacionalidade nem a idade. Os suspeitos vão ser agora interrogados pela Polícia Judiciária.
Autoridades lamentam a morte do militar da GNR
Numa publicação nas redes sociais, a força de segurança detalhou que o militar que perdeu a vida no contexto da operação seria o cabo Pedro Nuno Marques Manata e Silva, de 50 anos. "Partiu a cumprir o dever, com a coragem e a entrega que definem os que vestem esta farda. A sua memória viverá em cada militar da Guarda", escreveu a entidade no referido post.
Já o Ministério da Administração Interna, em comunicado enviado às redações, revelou que foi "com profundo pesar e consternação" que a ministra Maria Lúcia Amaral, bem como os respetivos secretários de Estado, "tomaram conhecimento" do falecimento do militar.
A tutela detalha que o cabo Pedro Manata e Silva perdeu a vida "enquanto cumpria o seu dever, numa colisão com uma lancha rápida, ligada ao narcotráfico, no rio Guadiana, no concelho de Alcoutim, distrito de Faro, junto à fronteira com Espanha".
O mesmo Ministério dirigiu ainda, neste que considerou ser um "momento trágico, uma palavra de solidariedade e sentidas condolências" aos familiares, amigos e à própria força de segurança, mas também "votos de rápida e plena recuperação aos três militares que ficaram feridos neste trágico acidente".
Na rede social X, o primeiro-ministro Luís Montenegro lamentou a morte do militar e garantiu que "tudo faremos para que os responsáveis sejam levados à justiça".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou igualmente "o seu pesar pelo falecimento em serviço do cabo Pedro Manata e Silva", que foi "vítima de meliantes esta noite no Rio Guadiana, quando exercia as suas funções a favor do respeito da Lei e da Sociedade", lê-se em nota divulgada no site da Presidência.
O chefe de Estado revelou ainda já ter apresentado pessoalmente "as mais sentidas condolências à esposa, filhos e demais família enlutada", as quais estende, também, "a todos os seus amigos e à própria GNR, neste momento particularmente difícil para todos os seus militares e civis".
Indicou ainda estar a "acompanhar a situação dos três militares feridos, a quem transmite a sua solidariedade e apoio" e deseja, também, uma "rápida recuperação".
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