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Kremlin desmente notícia de telefonema entre Putin e Trump

• Nov 11, 2024, 1:00 PM
6 min de lecture
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O Kremlin negou veementemente as informações de que o presidente eleito Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin tiveram uma conversa telefónica na quinta-feira, na qual Trump pediu a Putin para não escalar a guerra na Ucrânia.

"Não houve nenhuma conversa", disse o secretário de imprensa de Putin, Dimitry Peskov, aos jornalistas na segunda-feira, acrescentando que a informação era "pura ficção".

"Este é o exemplo mais claro da qualidade da informação que é publicada atualmente, por vezes até em publicações bastante respeitadas. Não corresponde de todo à realidade", disse Peskov.

O Washington Post noticiou que a chamada telefónica entre Trump e Putin teve lugar na passada quinta-feira, citando fontes bem colocadas.

O jornal disse que o presidente eleito avisou Putin sobre a "presença militar considerável dos Estados Unidos na Europa", enquanto pedia contenção no conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Acrescentou que Trump expressou interesse numa conversa entre os dois para resolver a guerra da Ucrânia "em breve".

O Washington Post ainda não fez um comentário oficial sobre o artigo.

Trump já se tinha gabado na campanha eleitoral de que iria acabar com a guerra na Ucrânia em "24 horas" - embora não tenha fornecido pormenores concretos sobre a forma como o iria fazer.

Putin felicitou Trump pela sua vitória eleitoral em comentários feitos na quinta-feira passada, chegando mesmo a elogiar a coragem de Trump durante uma tentativa de assassinato contra a sua vida num comício na Pensilvânia em julho. "Ele manifestou-se de uma forma muito correta, corajosamente como homem", disse Putin.

O líder russo acrescentou que saudou a afirmação de Trump de que poderia acabar com a guerra, mas que não sabia quais eram as propostas concretas de Trump.

Após a vitória de Trump nas eleições, Peskov sublinhou que Moscovo continua a ver os EUA como um "país hostil" e que os laços entre a Rússia e os EUA estão no ponto mais baixo da história.

Trump é conhecido por ser amigável com Putin. Quando foi eleito em 2016, Moscovo tinha esperanças de que Trump acabasse com as sanções contra o país.

Desde então, no entanto, Putin tem repetidamente observado que durante o primeiro mandato de Trump os EUA introduziram as sanções mais pesadas contra a Rússia naquela época.

Kiev contesta afirmação

O Washington Post também afirmou que o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia sabia da chamada e não se opôs à realização da conversa, uma afirmação que o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Kiev disse à Reuters ser falsa.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy já falou com Trump durante uma chamada telefónica na quarta-feira.

Zelenskyy telefonou a Trump para o felicitar pela sua vitória eleitoral. Embora não se saiba o que os dois discutiram, o proprietário da SpaceX, Elon Musk, terá participado na chamada com Zelenskyy, tendo o presidente ucraniano agradecido a Musk por fornecer à Ucrânia acesso à plataforma de Internet por satélite Starlink.

Donald Trump e Volodymyr Zelenskyy encontraram-se em Nova Iorque em setembro
Donald Trump e Volodymyr Zelenskyy encontraram-se em Nova Iorque em setembro Julia Demaree Nikhinson/AP

A eleição de Trump poderá assinalar uma mudança na política externa dos EUA em relação à Ucrânia. O presidente eleito desconfia do envolvimento dos EUA em conflitos externos e já sugeriu anteriormente que o dinheiro seria mais bem gasto a nível interno.

O atual presidente dos EUA, Joe Biden, deverá encontrar-se com Trump na Sala Oval na quarta-feira para discutir a transição de poder e informar o novo presidente sobre as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.

O conselheiro de segurança nacional Jake Sullivan disse à CBS: "O presidente Biden terá a oportunidade, nos próximos 70 dias, de defender junto do Congresso e da nova administração que os Estados Unidos não devem abandonar a Ucrânia, que abandonar a Ucrânia significa mais instabilidade na Europa".