Aliyev dá início à COP29 com críticas ao Ocidente
O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, utilizou o discurso de abertura da COP29, em Baku, para lançar o que está a ser descrito como "um sério ataque aos governos ocidentais que compram o gás do país e, ao mesmo tempo, o criticam pela economia dependente dos combustíveis fósseis".
Aliyev utilizou esta plataforma perante os líderes mundiais para repetir que os recursos naturais do Azerbaijão são, segundo ele, uma "dádiva de Deus".
"Todos os recursos naturais, seja o petróleo, o gás, o vento, o sol, o ouro, a prata, o cobre, são recursos naturais e os países não devem ser culpados por os possuírem e não devem ser culpados por colocarem esses recursos no mercado. Mas, ao mesmo tempo, temos de ser realistas", disse.
As palavras do presidente azeri criaram um burburinho entre os participantes na COP.
O discurso de Aliyev deu o mote para as discussões entre os vários líderes reunidos nesta cimeira sobre as alterações climáticas, antes das duras negociações sobre os pormenores do acordo final.
Aliyev criticado por reprimir dissidentes
Entretanto, o regime de Aliyev, segunda geração de uma dinastia que governa o país desde o fim da União Soviética, tem sido acusado de aumentar a repressão contra dissidentes e jornalistas independentes. A Human Rights Watch afirmou que a repressão “cruel” contra jornalistas e ativistas dos direitos humanos se intensificou nos últimos dois anos, com acusações criminais falsas contra críticos e leis altamente restritivas que dificultam o trabalho dos meios de comunicação social e dos ativistas.
Antes da COP29, as autoridades do Azerbaijão prolongaram a prisão preventiva de pelo menos 11 jornalistas de meios de comunicação independentes do Azerbaijão, acusados de tráfico de divisas relacionado com o alegado financiamento de doadores ocidentais.