Presidente da Abcásia demite-se em troca do fim dos protestos da oposição
O Presidente da Abcásia, Aslan Bzhania, decidiu apresentar a demissão. A decisão foi tomada no contexto dos protestos durante os quais a oposição ocupou um complexo de edifícios governamentais em Sukhumi, a 15 de novembro, e o próprio Bzhania abandonou a capital da autoproclamada república.
De acordo com o acordo alcançado pelas partes durante as negociações, os manifestantes devem desocupar todos os edifícios governamentais esta terça-feira. Caso contrário, a carta de demissão será retirada. Para além de Bzhania, o primeiro-ministro Alexander Ankvab também resigna.
O vice-presidente Badra Gunba assumirá a presidência, enquanto o antigo presidente do Parlamento, Valery Bganba, assumirá o cargo de primeiro-ministro. Bzhania colocou ainda, como condição para se demitir, a sua participação nas próximas eleições presidenciais.
Os protestos surgiram no contexto do "acordo de investimento" entre a Abcásia e a Rússia, que deveria ser analisado pelo parlamento na sexta-feira. Ao abrigo deste acordo, as empresas russas poderiam implementar projetos de investimento no território da Abcásia.
A oposição considera que o crescimento do desenvolvimento descontrolado irá aumentar os preços da habitação, infringindo os direitos da população local face aos russos ricos.
Um dos líderes da oposição, o ex-candidato presidencial Adgur Ardzinba, disse que a Abcásia já tem uma lei de investimento de 2014, que dá garantias aos investidores, condições especiais e benefícios. E, segundo ele, o novo acordo destina-se a legalizar a venda de apartamentos, o que terá um efeito devastador na soberania económica da Abcásia.
A maior parte da Abcásia separou-se da Geórgia em combates que terminaram em 1993 e a Geórgia perdeu o controlo do resto do território numa breve guerra com a Rússia, em 2008.
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