COP29: países da OCDE debatem limitações ao crédito à exportação de petróleo e gás
Os países da OCDE encontram-se atualmente a debater se os seus Estados-membros devem reduzir os créditos à exportação de petróleo e gás para ajudar a combater as alterações climáticas, numa altura em que a temática do financiamento climático se encontra em destaque na COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Em 2021, a OCDE acordou em pôr termo ao apoio aos créditos à exportação para centrais termoelétricas movidas a carvão. Mas agora esta organização intergovernamental pondera ir mais além, através de uma extensão destas limitações ao petróleo e gás.
Mais de 30 dos 38 países que integram a OCDE apoiam efetivamente essa possibilidade. Exemplo disso é a União Europeia, o Canadá e a Austrália, que a par de outras grandes economias se manifestam a favor desta proposta.
Porém, os EUA ainda não concordaram totalmente com essa possibilidade, enquanto a Coreia do Sul, o Japão e a Turquia também se mostram ainda reticentes.
"Se chegarem a acordo sobre regras vinculativas para limitar o financiamento do crédito à exportação de petróleo e gás, isso poderá retirar até 41 mil milhões de dólares à indústria dos combustíveis fósseis", considerou Collin Rees, ativista sénior da organização “OilChange International”, em declarações à Euronews. Algo que, na ótica do representante, "é particularmente importante por duas razões".
"Uma é o facto de enviar um sinal positivo. As conversações têm estado num impasse aqui em Baku", apontou, acrescentando que, "em segundo lugar, num sentido material, acabam por ser dezenas de milhares de milhões de dólares atualmente gastos em financiamento público para apoiar a indústria dos combustíveis fósseis, para apoiar projetos de petróleo e gás em todo o mundo". Montante esse "que poderia estar a ser canalizado para o financiar o combate às alterações climáticas", considerou Collin Rees.
Estas discussões surgem numa altura em que os governos dos países mais ricos hesitam sobre a adoção de um novo pacote de financiamento climático para os países em desenvolvimento, assunto em discussão na cimeira que decorre até dia 22 de novembro no Azerbaijão.