COP29: Ucrânia promete voltar a ser mais ecológica apesar da devastação causada pela guerra
No dia em que se assinalaram os 1000 dias desde o início da invasão russa, a ministra do ambiente da Ucrânia revelou os números por detrás do maior ecocídio da Europa. Após a devastação em grande escala, a Ucrânia tem agora como objetivo “reconstruir de forma mais verde”, afirmou.
Empenhada em alcançar a neutralidade climática até 2050, o país é um exemplo de como uma nação devastada pela guerra pode utilizar os danos e a poluição causados pelo conflito para promover investimentos na transição ecológica.
A participação nas conversações da COP29 é crucial.
Para Svetlana Grinchuk, ministra da Proteção do Ambiente e dos Recursos Naturais da Ucrânia, só existe um caminho: " reconstruir de forma verde e sustentável, neutra para o clima. Se quisermos falar de neutralidade climática, de esforços conjuntos, de como atingir os objectivos climáticos, temos de resolver a situação na Ucrânia”.
Os números são preocupantes. A Ucrânia é atualmente o país do mundo com mais minas. Cerca de 3 milhões de hectares de florestas foram danificados e as emissões de CO2 estão a aumentar devido a incêndios e explosões.
"Precisamos de parar os danos da natureza e as emissões adicionais de CO2 devido aos incêndios florestais, devido às explosões que ocorrem todos os dias", referiu ainda a ministra e mostrou preocupação na forma como esta questão está a afetar toda a comunidade internacional.
A Ucrânia estimou o custo financeiro da destruição ambiental em 71 mil milhões de dólares (cerca de 67,45 bilões de euros), mas o valor total poderá ser ainda mais elevado.
"Infelizmente, vemos alguns ecossistemas que se perderam para sempre. E não será possível restaurá-los”, concluiu Svetlana Grinchuk.
A ministra do Ambiente e dos Recursos Naturais da Ucrânia já esteve com funcionários da UE, em Baku. Irá, ainda, encontrar-se com o Comissário da UE para a Ação Climática.