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Sanchez reitera apoio ao Estado palestiniano em plena guerra em Gaza e assina vários acordos

• Nov 21, 2024, 5:24 PM
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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reuniu-se na quinta-feira com o primeiro-ministro palestiniano, Muhamad Mustafa. O encontro realiza-se meio ano depois de a Espanha e outros países da União Europeia terem reconhecido o Estado palestiniano e no contexto da intensificação do conflito no Médio Oriente.

Sánchez recebeu o seu homólogo palestiniano no Palácio da Moncloa, onde se realizou a primeira reunião intergovernamental Espanha-Palestina. Trata-se da primeira reunião deste tipo a alto nível desde o reconhecimento do Estado em maio.

A cimeira bilateral tem por objetivo reforçar os laços com a Palestina. Os dois Estados pretendem melhorar as suas relações em vários domínios e, para o efeito, assinaram vários acordos de colaboração nos domínios do trabalho, da educação, da juventude e da agricultura.

Especialistas consultados pela 'Euronews' garantem que este encontro faz parte da normalidade diplomática e institucional. No entanto, reconhecem que pode ter um significado especial: "Está dentro da lógica da agenda internacional do presidente do governo, mas dada a situação geopolítica internacional, é uma reunião muito importante", disse Álex Cortés, consultor em análise e impacto regulatório, a este jornal.

O analista Álex Cortés (à esquerda) fala com a Euronews.
O analista Álex Cortés (à esquerda) fala com a Euronews. Isidro Montero / 'Euronews'.

Esta relevância é notória "não só para a Palestina , mas logicamente para Espanha e para o posicionamento do nosso país a nível internacional", diz Cortés, sublinhando que "temos de ser muito prudentes e ter muito bom senso quando se trata de decisões políticas internacionais".

O analista afirma que é importante, num contexto como o atual, estar também "do lado dos países que defendem as democracias e o Estado de direito". Diz isto em relação a Israel, criticando o facto de a Espanha ter tomado partido por apenas uma das partes envolvidas no conflito.

Assinatura de acordos entre a Espanha e a Palestina.
Assinatura de acordos entre a Espanha e a Palestina. Borja Puig de la Bellacasa/ Palacio de la Moncloa.

Durante o encontro, o presidente do governo espanhol fez-se acompanhar pela segunda vice-presidente e ministra do Emprego, Yolanda Díaz. Estiveram igualmente presentes o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, e a ministra da Educação e Porta-voz do Governo , Pilar Alegría, bem como a ministra da Juventude e da Infância, Sira Rego. O primeiro-ministro palestiniano fez-se acompanhar de uma importante delegação composta pelos seus ministros do Trabalho, do Interior e da Educação.

Em 19 de setembro, Pedro Sánchez recebeu também o presidente palestiniano, Mhamud Abbas, no Palácio da Moncloa, naquela que foi a primeira visita de Estado desde que o reconhecimento da Palestina se tornou efetivo.

Reconhecimento do Estado Palestiniano

Pedro Sánchez é um firme defensor da causa palestiniana. Em maio deste ano, anunciou o reconhecimento oficial do Estado palestiniano pelo Conselho de Ministros. "A Espanha junta-se assim aos mais de 140 países que já reconhecem a Palestina como um Estado", afirmou na altura.

O primeiro-ministro palestiniano Mohammad Mustafa (à esquerda) com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez (à direita).
O primeiro-ministro palestiniano Mohammad Mustafa (à esquerda) com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez (à direita). Borja Puig de la Bellacasa / Palacio de la Moncloa.

Outros países europeus, como a Irlanda e a Noruega, juntaram-se à iniciativa de Sánchez, que visa procurar uma solução para o conflito em Gaza mas que, para já, serviu para deteriorar as relações diplomáticas com Israel, cujo pessoal diplomático chegou a abandonar o país na altura.

Na sequência destes acontecimentos, o presidente do Estado palestiniano, Mahmoud Abbas, visitou Espanha e apelou à realização de uma Conferência de Paz para o Médio Oriente em Madrid, à semelhança da que teve lugar em 1991 e que procurou lançar um processo de paz.