Joe Biden visita Angola para promover novo projeto ferroviário
Joe Biden faz a primeira visita de um presidente dos EUA a Angola para promover os investimentos de Washington no país africano e também para visitar um museu da escravatura, onde reconhecerá o tráfico de seres humanos que, em tempos, ligou as economias das duas nações.
Um dos pontos chaves da viagem do presidente é o compromisso assumido pelos Estados Unidos no sentido de disponibilizarem 2,8 mil milhões de euros ao Corredor do Lobito, um projeto de renovação dos caminhos-de-ferro que liga a Zâmbia, o Congo e Angola.
O objetivo obteve financiamento da UE, do G7, de um consórcio liderado pelo Ocidente e de bancos africanos e o seu objetivo é simplificar o transporte de matérias-primas dentro e fora do continente africano.
Os EUA têm mantido relações próximas com África através do comércio, da segurança e da ajuda humanitária. A modernização de uma linha ferroviária de 1.300 quilómetros representa uma nova abordagem, semelhante à estratégia da Nova Rota da Seda da China em África e além.
Na quarta-feira, Biden vai viajar para a cidade costeira de Lobito para inspecionar um terminal portuário que serve como saída para o Oceano Atlântico.
O último presidente dos EUA a visitar a África subsaariana foi Barack Obama, em 2015. Biden participou numa cimeira climática das Nações Unidas no Egito, em 2022.
O atual presidente dos Estados Unidos prometeu visitar África no ano passado, após reavivar a Cimeira EUA-África em dezembro de 2022. No entanto, a viagem foi adiada para este ano e, depois, novamente adiada em outubro devido ao furacão Milton, reforçando a sensação entre os africanos de que o continente continua a ser uma baixa prioridade para Washington.
Esta terça-feira, Biden participou numa cerimónia oficial de receção e reunir-se-á com o presidente angolano João Lourenço, que recebeu na Sala Oval em novembro do ano passado.
Biden também deverá encontrar-se com líderes de grupos de cooperação empresarial africanos, antes de visitar o Museu Nacional da Escravatura de Angola. Este local foi, em tempos, a sede da Capela da Casa Grande, um templo do século XVII onde os escravos eram batizados antes de embarcarem para a América.
Kirby afirmou que Biden fará um discurso esta terça-feira, reconhecendo “tanto a história horrível da escravatura que conectou as nossas duas nações, como também um futuro baseado numa visão partilhada que beneficie ambos os povos”.
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