Assad diz que não tinha intenções de abandonar a Síria e que foi Moscovo que o retirou do país
Esta foi a primeira declaração pública do presidente sírio após a queda do governo em Damasco, transmitida através da página do Facebook da presidência do país.
Assad afirmou, através da publicação, que "desempenhou as suas funções até às primeiras horas de domingo, 8 de dezembro de 2024", e que algum tempo depois de os rebeldes terem invadido a capital, partiu, com a ajuda dos militares de Moscovo, para a base russa na província costeira de Latáquia, onde planeava continuar a resistir.
Segundo o documento, o ex-líder sírio Bashar al-Assad disse que os militares russos o retiraram do país depois de a base militar ter sido gravemente atacada por drones.
“Eu não deixei o país como parte de um plano, como foi noticiado anteriormente”, disse Assad.
“Em nenhum momento, durante estes acontecimentos, considerei a possibilidade de me demitir ou de procurar refúgio, nem tal proposta foi feita por qualquer indivíduo ou partido”, afirmou Assad no texto inglês da sua declaração. “A única linha de ação era continuar a lutar contra o ataque terrorista.”
Lê-se na publicação que “quando o Estado cai nas mãos do terrorismo e uma pessoa perde a capacidade de dar um contributo significativo, qualquer posição fica vazia de objetivo. Isto não diminui, de forma alguma, o meu profundo sentimento de pertença à Síria e ao seu povo - um laço que permanece inabalável por qualquer posição ou circunstância. É uma pertença cheia de esperança de que a Síria seja de novo livre e independente”
O ex-líder sírio diz ainda nunca abandonou a luta “nem no Líbano nem na Palestina” e “nem traiu os aliados que o apoiaram”.
O colapso do regime de décadas da família al-Assad, na semana passada, provocou novos receios de instabilidade e turbulência numa região já de si volátil.
A área está imersa no conflito Israel-Hamas em Gaza e nas hostilidades entre Israel e o Hezbollah no Líbano, apesar de um ténue cessar-fogo.
O governo sírio caiu na madrugada de dia 8 de dezembro, marcando o fim do domínio de 50 anos da família Assad, depois de uma ofensiva rebelde surpresa ter varrido rapidamente as áreas controladas pelo governo e chegado à capital em apenas 10 dias.
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