Marcelo Rebelo de Sousa "passou bem a noite" e poderá ter alta quarta-feira

Marcelo Rebelo de Sousa "passou muito bem a noite" depois da cirurgia de urgência a que foi submetido na noite de segunda-feira no Hospital de São João, no Porto, a uma hérnia encarcerada. A presidente do Conselho de Administração do hospital portuense falou aos jornalistas esta terça-feira de manhã e disse que o Presidente da República está a recuperar muito bem e poderá mesmo ter alta quarta-feira. "Falou com a equipa médica e mostrou-se muito bem-disposto", disse a médica.

"O importante é ele alimentar-se, levantar-se e percebermos como está", disse ainda Maria João Baptista. "Depois, deverá fazer algumas análises para confirmar que está tudo bem". O chefe de Estado deverá passar o dia no hospital e, se se confirmar a evolução favorável, poderá ter alta na quarta-feira. Esta tarde deverá poder receber visitas, nomeadamente do primeiro-ministro Luís Montenegro e do presidente da Assembleia da República José Pedro Aguiar-Branco.

Maria João Baptista acrescentou que o período de repouso recomendado após esta cirurgia é de entre duas a quatro semanas.

Marcelo Rebelo de Sousa deu entrada na tarde de segunda-feira no Hospital Universitário de São João e foi submetido a uma intervenção cirúrgica que, segundo a informação avançada em duas notas publicadas no site da Presidência, "correu bem".

Pela mesma via, esclarece-se que o internamento ocorreu após o chefe de Estado português "se ter sentido indisposto, na sequência de uma paragem de digestão". Uma situação registada quando Marcelo Rebelo de Sousa "regressava de Amarante, das exéquias do Engenheiro António Mota", que morreu no domingo. A paragem de digestão acabou por não se confirmar, sendo a indisposiçao devida a uma hérnia, problema que já obrigou a outras intervenções nos últimos anos.

Após os primeiros sintomas, os "médicos da Presidência da República entenderam que, antes de fazer a viagem de regresso a Lisboa", seria mais prudente o chefe de Estado realizar "exames médicos". Deu depois entrada na referida unidade hospitalar, onde Marcelo Rebelo de Sousa acabaria por ser operado a uma hérnia encarcerada.

Em declarações transmitidas pela CNN Portugal, a presidente do Conselho de Administração do hospital, Maria João Baptista, indicou que a "cirurgia correu bem" e foi "perfeitamente atempada”, tendo acrescentado que "não houve complicações".

Apontou ainda que "era importante" o chefe de Estado "ter sido operado já", na medida em que poderiam ter havido "algumas complicações que podem acontecer quando [...] hérnias encarceradas não são tratadas em tempo útil". Ou seja, "se o sangue deixa de circular, aquele tecido morre e pode ser necessário retirar uma parte do intestino".

Maria João Baptista referiu ainda que "é expectável, estando a correr tudo bem, que o tempo de recuperação seja relativamente curto", mas tudo dependerá da evolução do estado de saúde de Marcelo. Ainda assim, o Presidente da República deverá ficar internado "previsivelmente" por dois dias.

Já Elisabete Barbosa, diretora clínica e médica que realizou a intervenção cirúrgica, disse que Marcelo Rebelo de Sousa terá agora "de repousar", não sendo de prever qualquer "complicação" adicional. Tendo detalhado que a recuperação total poderá levar duas semanas.

Candidatos expressam desejos de melhoras

Antes disso, a Presidência da República tinha já informado, na noite de segunda-feira, que Marcelo Rebelo de Sousa já estava "acordado e bem disposto" na sequência da operação.

Questionado pelos jornalistas, o chefe da Casa Civil, Fernando Frutuoso de Melo, informou que a agenda do chefe de Estado para os próximos dias foi cancelada, pelo menos até quarta-feira, inclusive.

E, segundo o previsto no artigo 132.º da Constituição da República Portuguesa, em caso de "impedimento temporário do Presidente da República" para exercer o cargo, assumirá as funções o Presidente da Assembleia da República".

No entanto, Fernando Frutuoso de Melo, na sequência da cirurgia, assegurou que essa possibilidade não está em cima da mesa. "Isso está previsto em situação de incapacidade, mas o senhor Presidente da República está completamente capaz e até quis rever a agenda", avançou o chefe da Casa Civil.

Na manhã de segunda-feira, o Presidente da República tinha também presidido às comemorações do 1.º de Dezembro, que tiveram lugar na Praça dos Restauradores, em Lisboa, com vista a assinalar a Restauração da Independência no ano de 1640.

Marcelo Rebelo de Sousa está na reta final do segundo mandato de presidente, com eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro. Marcelo Rebelo de Sousa deverá estar inteiramente recuperado a tempo da tradicional mensagem de Ano Novo. Todos os candidatos expressaram desejos de boa recuperação e rápidas melhoras ao Presidente.