Especialista em aviação alerta para a configuração do aeroporto na Coreia do Sul
David Learmount, um dos maiores especialistas em aviação e segurança aérea, questionou esta segunda-feira a estrutura “sólida” que se encontrava “imediatamente na zona de derrapagem” da pista do avião que se despenhou no domingo na Coreia do Sul, matando 179 pessoas.
Learmount afirmou que a tragédia não se deveu a uma falha do trem de aterragem, mas sim a uma estrutura de betão junto à pista.
“Estou bastante chocado, porque o que quer que tenha acontecido ao avião, que fez com que o piloto não conseguisse baixar os flaps e o trem para a aterragem, não foi o que causou a morte dos passageiros. Os passageiros morreram ao embaterem numa estrutura sólida mesmo em cima do fim da pista, onde não deveria estar uma estrutura sólida”, afirma à Sky News David Learmount, um dos maiores especialistas em aviação.
Learmount acrescentou que um vídeo do acidente mostra “o avião a aterrar lindamente com as asas perfeitamente niveladas, estava a deslizar de barriga para baixo”. Ele (o piloto) tinha de aterrar com as asas perfeitamente niveladas, estava a deslizar de barriga para baixo”.
É por isso - porque os aviões ocasionalmente passam por cima da extremidade - que não se colocam estruturas sólidas imediatamente na zona de emergência.”
Essa estrutura de betão continha as antenas do sistema de aterragem, que são utilizadas para guiar o avião para a pista durante a noite ou com mau tempo.
Normalmente, essas antenas ficam presas no chão, diz ele - o que significa que a tragédia poderia ter sido evitada.
As autoridades afirmaram que vão analisar se as antenas do sistema de aterragem do aeroporto deveriam ter sido revestidas com materiais mais leves que se partissem mais facilmente com o impacto.
Foram encontradas estruturas de betão semelhantes noutros aeroportos nacionais, bem como nos Estados Unidos, em Espanha e na África do Sul, informaram as autoridades.
O avião operado pela companhia aérea sul-coreana Jeju Air derrapou na pista do Aeroporto Internacional de Muan, embateu numa vedação de betão e transformou-se numa bola de fogo. Com exceção de duas das 181 pessoas que se encontravam a bordo, todas morreram.
O avião realizou 13 voos em 48 horas antes de se despenhar. As autoridades sul-coreanas afirmaram na segunda-feira que vão efetuar inspeções de segurança em todos os aviões Boeing 737-800 operados pelas companhias aéreas do país.
Yesterday