Dinamarca vai aumentar despesas com a defesa em 6,7 mil milhões de euros nos próximos dois anos
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A Dinamarca vai gastar mais 50 mil milhões de coroas (6,7 mil milhões de euros) na defesa nos próximos dois anos, face à ameaça que a Rússia representa para a Europa, anunciou a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen.
Falando ao lado dos seus ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa numa conferência de imprensa no Palácio de Christiansborg, em Copenhaga, a líder dinamarquesa prometeu um rearmamento maciço, afirmando que é "a segurança da Dinamarca que está em jogo".
Frederiksen sublinhou que foi um erro países como a Dinamarca terem cortado nas despesas com a defesa nas últimas décadas.
"Não voltem a cortar na defesa", disse o primeiro-ministro dinamarquês. "Não pode voltar a acontecer".
Segundo a primeira-ministra dinamarquesa, as acções do Presidente russo Vladimir Putin na Ucrânia continuam a ameaçar a segurança europeia.
"Não sabemos o que ele [Putin] está a planear, mas sabemos que ele e a Rússia estão a rearmar-se", acrescentou Frederiksen.
Numa mensagem dirigida ao seu ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, deu-lhe instruções para "comprar, comprar, comprar!".
"Se não conseguirmos obter o melhor equipamento, comprem o melhor seguinte. Agora só há uma coisa que conta, a velocidade".
No entanto, os comentadores políticos dinamarqueses afirmaram que a conferência de imprensa foi pouco pormenorizada no que diz respeito à aplicação efectiva do novo orçamento.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Lars Løkke Rasmusse, a Dinamarca vai passar a gastar mais de 3% do seu PIB na defesa.
As despesas adicionais prometidas na quarta-feira surgem depois de as autoridades dinamarquesas terem anunciado, no ano passado, que iriam gastar 190 mil milhões de coroas (25,5 mil milhões de euros) nas forças armadas durante os próximos 10 anos.
A mais recente expansão do orçamento militar dinamarquês surge depois de o novo presidente dos EUA, Donald Trump, ter apelado às nações europeias para gastarem mais na defesa.
Na semana passada, a administração de Trump causou um choque na Europa quando o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse aos líderes do continente que eles - e não os EUA - deveriam garantir a segurança europeia.
Os líderes europeus também ficaram alarmados com a decisão de Trump de iniciar conversações com a Rússia na Arábia Saudita sobre um potencial cessar-fogo na Ucrânia.
Trump também alarmou os seus aliados europeus ao atacar o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy. Numa publicação nas redes sociais, na quarta-feira, chamou "ditador" ao líder democraticamente eleito em tempo de guerra.
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