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Ronaldo e Montenegro são as figuras portuguesas mais exploradas nas campanhas de desinformação

• Aug 4, 2025, 4:42 PM
3 min de lecture
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A desinformação alimentada por inteligência Artificial (IA) aumentou em Portugal, entre março e maio de 2025, de acordo com o último relatório do IBERIFIER. Imagens de Cristiano Ronaldo e Luís Montenegro têm sido utilizadas para espalhar informação falsa.

O craque do futebol Cristiano Ronaldo e o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, são as figuras públicas nacionais mais exploradas em campanhas de desinformação online, sendo a sua imagem utilizada principalmente para incentivar o investimento em plataformas fraudulentas, concluiu o relatório. Estas publicações utilizam frequentemente vídeos deepfake ou capturas de ecrã editadas por IA para parecerem legítimas.

Durante o período do estudo, a crise política que levou à queda do anterior Governo, as políticas migratórias, a morte do Papa Francisco e a eleição do Papa Leão XIV, foram alguns dos temas que dominaram a desinformação.

Desinformação aumentou durante campanha eleitoral

Verificou-se um aumento significativo de informação falsa durante o período da campanha eleitoral em Portugal e nos debates televisivos entre os candidatos. Neste contexto, o relatório salienta a existência de teorias da conspiração que envolviam os próprios candidatos, bem como campanhas de desinformação relacionadas a temas como saúde, habitação, salários, defesa, União Europeia, reformas, pensões e imigração, cita a agência Lusa.

“Muitas dessas narrativas de desinformação focaram-se principalmente nos imigrantes, com temas recorrentes como a violência e a ideia de que os portugueses estavam a ser substituídos no seu próprio país”, referem os investigadores.

Trump e Papa Francisco no centro de imagens polémicas

Já em Espanha, a desinformação impulsionada pela IA tem sido ainda mais difundida e diversificada.

Tornaram-se populares vídeos falsos de Donald Trump, do Papa Francisco, de JD Vance e de Elon Musk. Um vídeo falso publicado num meio de comunicação sul-africano também gerou controvérsia, ao acusar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, de adquirir ilegalmente uma empresa de mineração.

“O apagão que afetou Portugal, Espanha e vários outros países europeus tornou-se um dos principais focos de desinformação na região”, pode ler-se no relatório.

No Uruguai e nos Estados Unidos, a IA foi usada para espalhar boatos sobre estátuas recém-instaladas. Notícias falsas que envolviam o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Papa Francisco tornaram-se virais, com áudio e imagens gerados por IA.

Ferramentas de IA tem, ainda, sido utilizadas para reforçar discursos polarizadores sobre a imigração e conflitos sociais, em Espanha. Após um trágico homicídio em Badajoz, por exemplo, a IA foi utilizada para gerar imagens que supostamente mostravam o suspeito, reforçando uma narrativa criminalizante contra os imigrantes sem qualquer prova, aponta o relatório. Da mesma forma, imagens falsas criadas por IA têm sido utilizadas para alimentar alegações de uma suposta "invasão muçulmana" da Europa.

Campanhas de desinformação climática também têm beneficiado de ferramentas de IA, com imagens que retratam os painéis solares como uma ameaça ambiental, criando obstáculos à transição energética.

O relatório trimestral do IBERIFIER, consórcio que reúne 25 entidades de Portugal e Espanha, monitoriza e analisa as principais tendências e casos de desinformação na Península Ibérica.