...

Logo Pasino du Havre - Casino-Hôtel - Spa
in partnership with
Logo Nextory

Europa procura soluções para combater o aumento do lixo espacial

• Jun 26, 2024, 1:21 PM
5 min de lecture
1

Há cada vez mais lixo espacial, a maioria dele a mover-se em órbita baixa, isto é, a cerca de 1.000 quilómetros acima da Terra. Este aumento pode ser justificado pela crescente utilização de satélites, tanto meteorológicos como militares, por exemplo.

"A corrida espacial está a crescer e a crescer", disse Gisela Süss, da Agência Espacial Europeia (ESA), à Euronews, durante o Fórum Espacial Europeu. Segundo dados da ESA, existem cerca de 12.500 satélites na órbita terrestre.

"Agora, por exemplo, temos constelações a serem lançadas para o espaço a partir dos Estados Unidos, o que se está a tornar cada vez mais um negócio", acrescentou Süss.

De acordo com a responsável, a possibilidade de serem lançados satélites para o espaço tem-se vindo a revelar “interessante” para as empresas privadas. Exemplo disso são projetos como o Starlink da SpaceX ou o Kuiper da Amazon. O Starlink tem atualmente cerca de 6.000 dispositivos em órbita em várias constelações, enquanto o Kuiper espera acrescentar cerca de 2.300 quando o projeto for implementado.

O problema surge quando as máquinas deixam de funcionar, avariam ou colidem com um objeto. No passado, os satélites não estavam protegidos contra este tipo de incidente, em parte porque era complicado modificar a sua rota, mas agora as empresas procuram minimizar os riscos.

"Todos os nossos satélites terão sistemas de propulsão ativa, o que significa que poderemos manobrá-los para evitar qualquer colisão", explica Jordi Casanova, do projeto Kuiper da Amazon. Para além disso, os satélites terão "um tipo específico de escudo para que, em caso de uma pequena colisão, os elementos do satélite fiquem protegidos".

Detritos espaciais na órbita da Terra
Detritos espaciais na órbita da Terra ESA - Agencia Espacial Europea

Esta é uma das medidas adotadas para atenuar um problema que, segundo a Agência Espacial Europeia, ameaça o nosso futuro no espaço. Atualmente, existem cerca de 2.700 aparelhos em órbita que já não funcionam.

A isto junta-se o lixo espacial, constituído por partes de satélites antigos ou outros materiais criados pelo homem e lançados para o espaço. A ESA monitoriza cerca de 35.000 peças de detritos, embora se estime que existam milhões de fragmentos com menos de dez centímetros. Estes fragmentos orbitam a grande velocidade e podem colidir com outros aparelhos e danificá-los.

Para evitar a sua proliferação, a ESA lançou a "Carta dos Resíduos Zero", que visa eliminar todo o lixo espacial até 2030. A ESA também tem medidas para desorbitar os satélites que já não funcionam, recorrendo, por exemplo, a um robot que os captura.

Rumo a uma nova lei espacial europeia

Até à data, o espaço tem sido definido como o Oeste selvagem por vários deputados e especialistas. Mas, há alguns anos, a Comissão Europeia decidiu regulamentar o que se passa para além da Terra.

Nasceu assim a necessidade de criar legislação para o espaço, naquilo a que Thierry Breton, Comissário Europeu responsável pelo mercado interno, chamou de um "verdadeiro mercado único". Vários países da União Europeia, como a Alemanha e a França, já têm leis espaciais, mas Bruxelas vai apresentar a primeira Lei Espacial Europeia nos próximos meses.

A proposta de lei deveria ter sido apresentada na primavera, mas a apresentação foi adiada. De acordo com a Comissão Europeia, a proposta terá em conta três pilares, incluindo a segurança da navegação por satélite, a proteção das infraestruturas da União Europeia contra ciberataques e o desenvolvimento do sector espacial europeu como um "importante facilitador de serviços".