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Hungria bloqueia declaração conjunta da UE que denuncia proibição russa aos meios de comunicação social

• Jun 26, 2024, 4:06 PM
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Viktor Orbán voltou a fazer uso do veto para fazer descarrilar a política externa da União Europeia. Na quarta-feira, a Hungria bloqueou a divulgação de uma declaração conjunta que denunciava a recente decisão do Kremlin de proibir 81 meios de comunicação social europeus na Rússia.

As organizações visadas por Moscovo incluem nomes bem conhecidos na Europa, como a ORF da Áustria, o Der Spiegel da Alemanha, a RTE da Irlanda, o El País e o El Mundo de Espanha, a RAI de Itália, o Público de Portugal, o Le Monde e a AFP de França e a YLE da Finlândia.

A lista inclui também um site húngaro, o portal de notícias 444, um órgão independente.

Todos eles foram proibidos de ter presença online na Rússia.

Moscovo afirma que as restrições serão levantadas se o bloco anular as sanções impostas no mês passado à RIA Novosti, ao Izvestia e à Rossiyskaya Gazeta, que são amplamente considerados como difusores de propaganda pró-guerra. As sanções também afetaram o Voice of Europe, o site holandês que se envolveu no chamado Russiagate.

Bruxelas queria reagir à reação da Rússia com uma declaração crítica subscrita pelos 27 Estados-membros, sendo exigida a unanimidade em questões de política externa. Mas a Hungria tentou bloquear a repreensão coletiva, obrigando Josep Borrell, o chefe da política externa do bloco, a emitir uma declaração por conta própria.

Borrell afirmou que a proibição "totalmente infundada restringe ainda mais o acesso à informação livre e independente e expande a já severa censura dos meios de comunicação social na Rússia", e deixou claro que as sanções impostas aos meios de comunicação social russos permaneceriam em vigor.

"Os meios de desinformação e propaganda russos, contra os quais a UE introduziu medidas restritivas, não representam meios de comunicação social livres e independentes", escreveu.

"As suas atividades de radiodifusão na UE foram suspensas porque estes meios de comunicação estão sob o controlo das autoridades russas e são fundamentais para apoiar a guerra de agressão contra a Ucrânia".

Esta última reviravolta vem juntar-se a uma longa lista de vetos da Hungria. Apesar dos repetidos apelos, Budapeste continua a obstruir a concessão de 6,6 mil milhões de euros de apoio militar à Ucrânia.

Orbán também divergiu dos homólogos da UE quando felicitou Vladimir Putin pela "reeleição", que outros Estados-membros se recusaram a reconhecer.

A Hungria assumirá a presidência rotativa do Conselho da UE a 1 de julho, uma posição privilegiada que lhe permitirá definir a agenda política e moderar as discussões entre os Estados-Membros.