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Grupo de extrema-direita de Orbán na UE atrai novos membros

• Jul 2, 2024, 12:39 AM
7 min de lecture
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A nova aliança de extrema-direita "Patriotas da Europa", lançada há apenas dois dias, já está a atrair pretendentes, refletindo uma luta mais vasta pelo poder entre os nacionalistas da UE.

A aliança, anunciada a 30 de junho, e da qual fazem parte partidos radicais da Hungria, Áustria e Chéquia, pretende tornar-se o maior grupo de extrema-direita no Parlamento Europeu. E há certamente muitas opções para aumentar o número de membros.

No dia seguinte ao anúncio, o partido populista de direita português Chega manifestou o seu interesse em fazer parte desta aliança.

A aliança, que tem como fundadores o Fidesz de Viktor Orbán, o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) de Herbert Kickl e a ANO do antigo primeiro-ministro checo Andrej Babis, poderá contar ainda com mais três eurodeputados.

A aliança está a "crescer a um ritmo incrível, mais rápido do que se pensa", disse Viktor Orbán numa entrevista ao canal de televisão húngaro M1, na segunda-feira à noite.

O Liga, partido de extrema-direita italiano, parece também estar a ponderar a ideia de se juntar a esta aliança.

"Estamos a avaliar todos os documentos, mas penso que formar um grande grupo cujo objetivo seja ser o terceiro maior no Parlamento Europeu pode ser o caminho certo", disse Salvini, líder do Liga, num programa de rádio na segunda-feira.

Chega-Liga

Tanto o Chega como o Liga integram, atualmente, o grupo nacionalista Identidade e Democracia (ID),o quinto maior do Parlamento Europeu. Do grupo de 58 eurodeputados, 30 pertencem ao Rassemblement National de Marine Le Pen.

A adesão dos italianos e dos portugueses não transformaria os Patriotas num grupo formal - o mecanismo pelo qual o dinheiro e a influência são distribuídos no Parlamento Europeu.

Com dez eurodeputados do Fidesz, sete do ANO, seis do FPÖ, dois do Chega e, potencialmente, oito do Liga, poderiam começar com 33 eurodeputados, um número acima do estabelecido pelas regras do Parlamento Europeu.

Mas seria ainda necessário o apoio de dois países para que o grupo pudesse ter assento no Parlamento Europeu. E teriam sempre de demonstrar que partilham a mesma afinidade política.

"Mais quatro ou cinco dias e muitas pessoas ficarão surpreendidas", disse o primeiro-ministro húngaro na sua entrevista, esperando que o grupo se torne "muito rapidamente o terceiro e depois o segundo maior grupo" no hemiciclo da UE.

Quais os próximos partidos a aderir?

Outros partidos de extrema-direita e conservadores estão atentos, mas não se comprometem.

O ponto de viragem para os Patriotas de Orbán seria convencer o partido polaco Lei e Justiça (PiS) a abandonar o grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus (CRE), onde partilham a liderança com os Fratelli d'Italia de Giorgia Meloni.

A reunião do grupo constitutivo do CRE foi adiada para esta semana, na sequência de negociações internas, ao mesmo tempo que começaram os rumores sobre a tentativa de Orbán para unir os partidos nacionalistas.

Perder os 20 eurodeputados polacos enfraqueceria o CRE, atualmente a terceira maior bancada do Parlamento, e prejudicaria a influência de Meloni antes de uma votação-chave para a recondução de Ursula von der Leyen como presidente da Comissão Europeia.

O grupo Patriotas poderá ter um impacto ainda maior se Geert Wilders, dos Países Baixos, levar os seus seis eurodeputados da ID para os Patriotas. O Vlaams Belang, da Bélgica, poderá seguir-lhe o exemplo.

Gerolf Annemans, o deputado mais influente do Vlaams Belang, mostrou que estava atento a esta questão quando partilhou o anúncio de Orbán nas redes sociais.

Há também a Alternativa para a Alemanha (AfD), cujos 15 deputados da UE estão atualmente suspensos da ID, e que tem estado em contato com os Patriotas, de acordo com fontes parlamentares.

Mesmo sem o PiS, um grupo do Patriotas, com deputados da Alemanha, da Holanda e da Bélgica, poderia tentar tornar-se o terceiro maior grupo no hemiciclo da UE - e possivelmente também forçar Le Pen, atualmente mais focada na vitória nas eleições francesas, a aderir.

Mas nem todos os eurodeputados independentes poderão estar interessados. O partido SMER, da Eslováquia, está prestes a juntar-se ao grupo socialista, enquanto o Movimento Cinco Estrelas, de Itália, tem uma trajetória política diferente, para além de uma disputa de longa data com a Liga.

Outros, como o pequeno grupo espanhol Se Acabó la Fiesta (SALF), liderado por Alvise Pérez, com uma presença muito forte nas redes sociais, poderão ainda ser persuadidos.

Desafiar o duopólio Meloni-Le Pen

A concorrência reflete as tensões entre os partidos de extrema-direita da Europa.

Orbán tem atualmente menos deputados do que Meloni ou Le Pen e esta é uma oportunidade para ganhar influência e apresentar-se como o fundador de uma nova aliança de extrema-direita.

As reuniões constitutivas do ID e do CRE foram adiadas, mas o prazo para a formação dos grupos termina na próxima quinta-feira (4 de julho).

Este prazo é crucial, uma vez que a dimensão do grupo determina o acesso a posições-chave na estrutura do Parlamento.

Resta saber se este raciocínio ainda se aplica - dado que, na prática, um "cordão sanitário" impede a extrema-direita de ocupar muitos lugares influentes.

Algumas delegações nacionais dos partidos europeus, incluindo o PiS, terão apresentado um pedido para que o prazo fosse alargado até 8 de julho. Uma fonte do grupo de extrema-direita ID confirmou à Euronews que o grupo pediu para adiar a sua reunião constitutiva, inicialmente prevista para 3 de julho.

Na sua entrevista televisiva de segunda-feira, Viktor Orbán disse que o grupo Patriotas irá realizar a sua reunião inaugural na próxima segunda-feira, 8 de julho, para além do prazo oficial do Parlamento.


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