Rússia volta a atacar Kiev com mísseis e drones
A Rússia atacou Kiev esta quarta-feira, com uma sofisticada combinação de mísseis e drones que usou pela primeira vez em 73 dias na capital ucraniana. Mas Kiev não foi o único alvo: os avisos de ataques aéreos soaram durante horas quando a Rússia atacou um total de oito regiões da Ucrânia, disparando seis mísseis balísticos e de cruzeiro e lançando 90 drones, informou a Força Aérea ucraniana.
Segundo o comunicado, as defesas aéreas abateram quatro mísseis e 37 drones, e a interferência eletrónica parou outros 47 drones.
Na sequência dos ataques, um armazém incendiou-se no distrito de Brovary, na região de Kiev, e um homem ficou ferido na sequência da queda de destroços de alvos inimigos abatidos.
Os ataques aéreos russos ocorrem no momento em que as autoridades norte-americanas acreditam que mais de 10.000 soldados norte-coreanos estejam em combate na região fronteiriça russa de Kursk. O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou que as tropas da Coreia do Norte estão a usar uniformes russos e a transportar equipamento russo à medida que avançam em direção à Ucrânia, no que ele chamou um desenvolvimento perigoso e desestabilizador.
Austin disse que seria uma “questão muito, muito séria” se Pyongyang de facto se juntasse à guerra do lado da Rússia.
O embaixador ucraniano na ONU, Sergiy Kyslytsya, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, disse que se espera que cerca de 4.500 soldados norte-coreanos estejam na fronteira esta semana e comecem a participar em operações de combate contra as forças ucranianas ainda em novembro.
As autoridades afirmam que a Rússia enviou cerca de 50.000 soldados para Kursk numa tentativa de expulsar os ucranianos. A Ucrânia está também a esforçar-se por conter uma investida russa que dura há meses na região oriental de Donetsk.
O ministro da Defesa russo divulgou imagens dos ataques aéreos, nas quais se pode ver uma concentração de homens e equipamento militar blindado das unidades das Forças Armadas ucranianas na zona fronteiriça da região de Kursk.
De acordo com o The Kiev Independent, o chefe russo da 41ª brigada de navios com mísseis da Frota do Mar Negro, o capitão de 1ª classe Valery Trankovsky, foi morto na sequência da explosão de um carro armadilhado na cidade anexa de Sebastopol. A operação foi realizada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
As autoridades russas na Crimeia ocupada confirmaram apenas a morte de um militar na sequência da explosão.
O oficial foi alegadamente responsável pelo ataque com mísseis Kalibr contra a cidade ucraniana de Vinnytsia em julho de 2022, que matou 29 pessoas e feriu mais de 200. Também esteve ligado a ataques contra Odessa e outras cidades que fizeram vítimas civis, refere o Kiev Independent.
Os últimos esforços de Biden pela Ucrânia
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse na quarta-feira que a administração Biden está determinada, nos seus últimos meses, a ajudar a Ucrânia a continuar a lutar no próximo ano, enviando-lhe o máximo de auxílio possível para que possa manter as forças russas à distância e ter uma mão forte em quaisquer potenciais negociações de paz.
“O presidente Biden comprometeu-se a garantir que todos os dólares que temos à nossa disposição serão enviados até 20 de janeiro”, data da tomada de posse do presidente eleito Donald Trump, disse Blinken.
Os países da NATO devem concentrar os seus esforços em “garantir que a Ucrânia tenha o dinheiro, as munições e as forças mobilizadas para lutar eficazmente em 2025, ou para ser capaz de negociar a paz a partir de uma posição de força”, disse Blinken durante uma visita a Bruxelas.
A incerteza sobre a forma como a administração americana de Trump irá alterar a política de Washington em relação à guerra é um novo fator-chave no conflito.
A ajuda militar dos EUA é vital para a Ucrânia, mas Trump deu a entender que não quer continuar a dar dezenas de milhares de milhões de dólares a Kiev.
Today