Ministro alemão da Defesa Boris Pistorius renuncia à candidatura a chanceler pelo SPD
Boris Pistorius, o atual ministro da Defesa da Alemanha, não está disponível para ser candidato a chanceler pelo SPD, anunciou na quinta-feira, através das redes sociais do partido. "Acabo de informar a direção do nosso partido e do nosso grupo parlamentar que não estou disponível para me candidatar ao cargo de chanceler federal", declarou Pistorius numa mensagem de vídeo.
"Esta é uma decisão soberana e totalmente pessoal", disse. "Temos um excelente chanceler em Olaf Scholz", acrescentou, dizendo ainda que Scholz assegurou que a Alemanha é de novo um aliado fiável da NATO, tendo demonstrado prudência e bom senso. Pistorius anunciou ainda que vai apoiar Scholz na campanha eleitoral.
O ministro da Defesa do governo liderado por Scholz declarou também que os rumores sobre a sua potencial candidatura nas últimas semanas - sendo ele um dos poucos políticos da coligação cessante com índices de aprovação favoráveis nas sondagens - causaram “insegurança crescente” no partido e também “irritação entre os eleitores”.
“Isto prejudica o meu partido, ao qual pertenço há 48 anos”, disse o governante.
“Não fui eu que iniciei este debate, não o quis e nunca me coloquei na disputa de nada”, frisou. “Agora é nossa responsabilidade coletiva acabar com este debate, porque há muita coisa em jogo”, salientou.
Pistorius aludiu ainda aos comentários que fez no início de 2023, ao tornar-se ministro da Defesa, quando disse que o cargo no governo federal - após décadas na política estadual - “não era uma plataforma de lançamento de carreira".
Recentemente, vozes proeminentes do partido pronunciaram-se a favor da candidatura de Pistorius a chanceler e contra Scholz.
Segundo a imprensa alemã, os membros seniores do SPD reuniram-se para debater nomes de eventuais candidatos a chanceler na noite de terça-feira, quando Scholz estava no voo de regresso à Alemanha após a participação na cimeira do G20 no Brasil.
As eleições federais alemãs são disputadas entre os partidos políticos, que procuram conquistar o maior número de lugares no Bundestag, mas é também convenção que os maiores partidos nomeiem um candidato a chanceler para liderar o governo.
As próximas eleições na Alemanha deverão realizar-se a 23 de fevereiro de 2025, já que Olaf Scholz deverá ver chumbada a moção de confiança que será votada a 16 de dezembro.