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Os protestos pró-UE na Geórgia não foram pacíficos, afirma ministra dos Negócios Estrangeiros

• Dec 17, 2024, 10:20 AM
3 min de lecture

Em entrevista exclusiva à Euronews, em Budapeste, a nova ministra dos Negócios Estrangeiros da Geórgia, Maka Botchorishvili, justificou a repressão policial contra os manifestantes pró-Europa com a existência de ações de grupos violentos entre os manifestantes que, segundo ela, visavam a polícia.

Botchorishvili sublinhou que toda a gente tem o direito de protestar, mas que esses protestos devem ser pacíficos.

"Infelizmente, devo dizer que não podemos considerar este protesto necessariamente pacífico, porque os grupos violentos que atuaram [fizeram-no] com fogo de artifício, tendo como alvo as forças policiais", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros.

Os protestos em massa pró-Europa foram desencadeados pela decisão do Sonho Georgiano, o partido no poder, de suspender o processo de integração da Geórgia na União Europeia e todas as negociações até 2028.

Tiblíssi apresentou o pedido formal de adesão à UE em março de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. O estatuto de candidato à adesão à UE foi concedido ao país em dezembro do ano seguinte, para alegria dos muitos georgianos que festejaram nas ruas da capital.  

O processo foi interrompido este verão pelo Conselho Europeu, após os líderes da UE terem manifestado preocupação quanto aos recentes desenvolvimentos na Geórgia, sobretudo em relação à controversa lei sobre a influência estrangeira, apelidada de "lei da transparência" pelo governo georgiano.

A lei foi alvo de reprovação pelos críticos da UE e comparada a uma lei semelhante existente na Rússia. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Botchorishvili, rejeitou a ideia de que o governo do país esteja a afastar-se da UE e a aproximar-se cada vez mais de Moscovo.

A ministra afirmou que a situação não é "assim tão simples" e disse: "Quando se quer causar uma impressão negativa de outrem, a forma mais fácil de o fazer é através de insinuações sobre a existência de uma afinidade com a Rússia ou Putin".

"O partido Sonho Georgiano está no poder há 12 anos. E, neste período, não irão encontrar uma única coisa que este governo tenha feito em prol da Rússia", disse Botchorishvili.

A ministra reiterou que a Geórgia tem uma política clara de apoio à Ucrânia e sublinhou que o governo assinou um Acordo de Associação com a União Europeia em 2014, com o objetivo de aprofundar os laços económicos e políticos do país com a UE. Botchorishvili afirmou que, nos últimos dez anos, a Geórgia tem demonstrado "estar comprometida" e "partilhar valores" com os parceiros europeus.