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Guerra na Ucrânia: terá a Europa uma palavra a dizer no processo de paz?

• Feb 17, 2025, 5:12 PM
4 min de lecture
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Numa altura em que Donald Trump está a negociar sozinho com Vladimir Putin, mantendo o Velho Continente à margem das conversações, a Europa está a tentar fazer ouvir a sua voz.

Altos responsáveis russos vão encontrar-se com os seus homólogos norte-americanos na terça-feira, na Arábia Saudita, para discutir o restabelecimento das relações entre os dois países, uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia e os preparativos para um encontro entre os seus presidentes.

Estas conversações, anunciadas esta segunda-feira pelo Kremlin, surgem na sequência de uma chamada telefónica entre Vladimir Putin e Donald Trump na semana passada, durante a qual os dois líderes concordaram em iniciar negociações.

Embora o milionário tenha garantido que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estaria "envolvido" nas conversações, não é claro se a Europa terá uma palavra a dizer.

"Donald Trump mostrou que não está muito disposto a partilhar as negociações com ninguém. Está mais disponível para fazer concessões a Putin", referiu Fabian Zuleeg, diretor-executivo do Centro de Política Europeia (EPC), em declarações à Euronews.

Mas Washington e Bruxelas não vêem a situação da mesma forma.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, disse em Bruxelas que a Ucrânia devia esquecer os territórios ocupados por Moscovo e a adesão à NATO.

Por seu lado, a Europa tem afirmado repetidamente que nenhuma decisão deve ser tomada sobre o futuro da Ucrânia sem Kiev.

"Toda a gente quer paz, claro. Toda a gente quer estar numa situação em que a matança acabe", disse ainda Fabian Zuleeg. "Mas, para isso, temos de olhar para trás na história. Se for imposta uma paz injusta à Ucrânia, será muito semelhante ao que aconteceu na Checoslováquia em 1938. Não será algo que irá parar Putin."

Garantias de segurança

Um cessar-fogo instável não garantiria uma paz duradoura na Ucrânia e na Europa.

O Velho Continente precisa, portanto, de definir uma "nova arquitetura de segurança", segundo afirmou o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

"Precisamos, portanto, de um cessar-fogo que, sim, cesse a ação militar por enquanto, mas que também inclua garantias de que pode durar, para assegurar que não voltamos a cair nesta situação dentro de alguns anos, ou pior ainda, que ocorra uma invasão dos Estados Bálticos, da Finlândia e do resto da Europa", mencionou Fabian Zuleeg.

Forças de manutenção da paz, fornecimento de armas... Os Estados Unidos pediram ainda às capitais europeias que especificassem que garantias de segurança pretendem dar à Ucrânia.

"A Europa deve apoiar a Ucrânia. Tem de dar garantias de segurança. Tem de enviar tropas para garantir que Putin não ultrapassa esta linha", destacou ainda o diretor-executivo do Centro de Política Europeia

A Europa ainda não anunciou a sua última posição sobre estes temas. Vários líderes europeus reuniram-se de emergência em Paris, esta segunda-feira, para chegar a acordo sobre uma estratégia de defesa e discutir o futuro da Ucrânia.

"A segurança da Europa está num ponto de viragem. Sim, tem a ver com a Ucrânia, mas também tem a ver connosco. Precisamos de ter uma atitude de urgência. Precisamos de dar um impulso na defesa. E precisamos de ambos agora", declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, à chegada ao encontro.