Líderes europeus visitam Trump depois de realinharem compromissos com os EUA em relação à Ucrânia
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Perante a aparente relutância da administração Trump em trazer a Ucrânia e a Europa para a mesa das negociações sobre a paz com a Rússia, os líderes europeus reafirmaram o seu apoio ao presidente Volodymyr Zelenskyy e o seu empenho em objetivos de segurança comuns.
Após discussões sobre as prioridades de segurança no contexto da guerra de três anos na Ucrânia, vários funcionários europeus planearam visitas aos Estados Unidos para discutir o fim da guerra e promover um papel europeu na via para um potencial acordo de paz.
O presidente polaco, Andrzej Duda, reunir-se-á com Donald Trump no sábado, o presidente francês, Emmanuel Macron, estará em Washington DC na segunda-feira, enquanto o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, deverá estar nos EUA na quinta-feira.
O presidente polaco, que faz a sua primeira visita a Trump desde que este regressou à Casa Branca em janeiro, mantém desde há muito uma relação positiva com o seu homólogo americano.
Desde o início da invasão russa, a Polónia tem sido um firme aliado da Ucrânia e um centro de transporte de ajuda humanitária e equipamento militar proveniente do Ocidente.
Membros superiores da administração Trump, incluindo o secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, elogiaram as despesas de defesa e o empenho da Polónia na segurança.
Na sua primeira visita de Estado bilateral, na semana passada, Hegseth elogiou a Polónia como um "aliado modelo da NATO" durante uma reunião com o vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa Nacional, Władysław Kosiniak-Kamysz.
Antes da sua chegada aos EUA, Duda disse numa declaração no X que tinha falado com Zelenskyy ao telefone para discutir o processo de paz e as conversações dos EUA com Moscovo.
"Transmiti-lhe que estamos convencidos de que não há outra forma de pôr termo ao derramamento de sangue e de alcançar uma paz duradoura na Ucrânia a não ser com o apoio dos Estados Unidos", escreveu Duda no X.
"Por esta razão, sugeri ao presidente Zelensky que se mantivesse empenhado numa cooperação calma e construtiva com o presidente dos EUA, Donald Trump", acrescentou.
O anúncio desta enxurrada de visitas diplomáticas surge depois de uma delegação dos EUA se ter reunido com diplomatas russos na capital saudita, Riade, para conversações sobre o fim da guerra.
Não foram convidados representantes da Ucrânia ou da Europa.
Em resposta, o presidente francês Emmanuel Macron recebeu os líderes europeus numa cimeira de emergência em Paris, na segunda-feira, para alinhar a sua posição conjunta sobre a Ucrânia.
Antes do seu encontro com Trump, Macron disse que tenciona dizer ao presidente dos EUA para não "ser fraco" face ao presidente russo Vladimir Putin.
"O que lhe vou dizer é que não se pode ser fraco perante o presidente Putin. Não é o seu caso, não é a sua imagem de marca, não é do seu interesse", disse Macron ao responder a perguntas na sua página nas redes sociais, na quinta-feira.
"Como é que se pode ser credível perante a China se se é fraco perante Putin? Se deixarem a Rússia tomar conta da Ucrânia, será imparável para os europeus, para toda a gente", acrescentou.
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