Português de 69 anos morre em ataque com faca em Mulhouse
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Um português de 69 anos é a vítima mortal do ataque desta tarde num mercado em Mulhouse, confirmou no sábado fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Outra pessoa ficou ferida e está com um prognóstico de risco de vida, depois de um homem as ter atacado com uma faca em Mulhouse, pelas 15:40 de sábado, segundo a Radio France.
O atacante é um homem de 38 anos de origem argelina, já sinalizado por terrorismo, estava armado com uma faca, e tentou atacar várias pessoas. "Três agentes municipais ficaram feridos", disse a procuradoria nacional antiterrorista em comunicado, citado pela agência ANSA.
Segundo o Le Figaro, o cidadão português terá tentado impedir o atacante.
"Morreu um civil que interferiu", declarou a Procuradoria Nacional Antiterrorista num comunicado, citado pelo jornal francês. A Procuradoria de Mulhouse também identifica a vítima mortal como tratando-se de um cidadão português de 69 anos. À Agência Lusa, fonte do MNE indicou que a vítima mortal era emigrante em França desde 1992, era casado e deixa um filho.
Em comunicado divulgado no site da Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa apresentou "as suas mais sentidas condolências à família, amigos e à comunidade portuguesa de Mulhouse, França, do nosso compatriota atacado mortalmente no atentado terrorista perpetrado naquela cidade francesa".
"O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa condena veementemente aquele ataque de ódio e mantém-se em contacto com o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros no acompanhamento à família da vítima", lê-se na mesma declaração.
Também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, lamentou a morte do cidadão português. "Perante um ataque contra a comunidade que o acolheu, um português interveio e acabou por perder a vida, em França. A sua valentia, que lhe custou a vida, poderá ter salvo tantas outras. Deixo sinceras condolências aos familiares e amigos — e toda a solidariedade ao povo francês".
O incidente teve lugar pouco antes das 16:00 horas, à margem de uma manifestação de apoio ao Congo entre a Place du Marché e a Rue Lavoisier. Foi montado um perímetro de segurança junto ao mercado do canal coberto.
Segundo o Ministério Público, dois agentes da polícia municipal ficaram feridos. Um deles foi ferido "na artéria carótida" e o outro "no peito". Três outros agentes da polícia municipal sofreram ferimentos mais ligeiros, disse o Ministério Público.
O suspeito, nascido na Argélia em 1987, "está inscrito no FSPRT", o ficheiro de tratamento dos alertas para a prevenção da radicalização de caráter terrorista, anunciou o procurador Nicolas Heitz, citado pelo Le Figaro.
De acordo com o diário, está sujeito a uma obrigação de saída do país (OQTF) e aguarda várias decisões judiciais. Seguido pela DGSI, o suspeito terá gritado "Allah akbar" quando cometeu o ato, levando as autoridades a pensarem tratar-se de um ataque terrorista.
Numa publicação no Facebook, a presidente da câmara da cidade, Michèle Lutz, lamentou que "o horror acaba de se apoderar da nossa cidade" e afirmou: "O motivo terrorista parece ser a opção preferida neste momento, o que naturalmente terá de ser confirmado pelas autoridades judiciais", acrescentou.
"O Governo está determinado a lutar contra o terrorismo", diz Macron
"Não há dúvida de que se tratou de um ataque terrorista islâmico", disse Macron à televisão, à saída do Salão da Agricultura, em Paris, onde se encontrava de visita. "Quero expressar aqui a solidariedade da nação para com a família [da vítima]. A minha determinação e a do governo é total e tomaremos todas as iniciativas úteis para responder ao que aconteceu", declarou o presidente da França.
O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, deverá visitar o local ainda esta noite.
A Procuradoria Nacional Anti-Terrorismo tomou conta do caso e abriu um inquérito em flagrante delito para apurar as acusações de "homicídio em ligação com uma ação terrorista" e "tentativa de homicídio em ligação com uma ação terrorista, de pessoas que ocupam cargos de autoridade pública".
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