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Exclusivo: Zelenskyy afirma "o nosso futuro está na União Europeia"

• 7 nov. 2025 à 00:01
5 min de lecture

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reiterou o empenho do seu país em aderir à União Europeia, dizendo ao programa The Europe Conversation da Euronews que o futuro de Kiev está no seio do bloco.

Questionado sobre a possibilidade de a Ucrânia aderir à UE até 2030, Zelenskyy disse durante a Cimeira do Alargamento da Euronews que, embora possa parecer "ficção científica", "gostaria de acreditar que a Ucrânia estará na UE antes dessa data."

O dirigente ucraniano fez uma ressalva às expectativas, sublinhando o seu desejo de que o processo seja conduzido "de uma forma justa" e apenas depois de terminada a invasão em grande escala da Rússia.

"Gostaria que isso acontecesse de uma forma justa, quando a Ucrânia estiver segura e quando a guerra tiver terminado."

Os comentários de Zelenskyy coincidem com o relatório anual da Comissão Europeia sobre o alargamento, publicado na terça-feira. O Conselho Europeu elogiou o "empenho notável" da Ucrânia e os seus progressos na via da adesão à UE, instando o país devastado pela guerra a inverter as "tendências negativas", nomeadamente no domínio da corrupção.

Na terça-feira, a chefe da política externa da UE, Kaja Kallas, descreveu o limiar de 2030 como um "objetivo realista" para os países candidatos à UE, sublinhando a necessidade de a Ucrânia "manter a dinâmica" e evitar "qualquer retrocesso".

Em resposta a esta avaliação, Zelenskyy disse à Euronews que o país está a "fazer tudo o que é possível" para se preparar para a adesão à UE, incluindo o reforço das medidas anti-corrupção.

Questionado sobre a perspetiva de os países candidatos aderirem ao bloco inicialmente sem pleno direito de voto, uma ideia que está a ser lançada entre os representantes da UE, o líder ucraniano deixou bem clara a sua posição: "Se falamos de adesão à UE, esta tem de ser de pleno direito."

"Na minha opinião, não se pode ser um semi ou demi-membro da UE", afirmou. "A Ucrânia está a lutar pela sua independência e o nosso futuro está na UE_."_

Atualmente, a Comissão Europeia considera que a Ucrânia cumpriu as condições prévias para a abertura de negociações em três dos seis grupos, que devem ser preenchidas para que lhe seja concedida a adesão à UE.

Mas a abertura dessas conversações está a ser travada pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que está a vetar a iniciativa.

Zelenskyy qualificou o veto de Orban às ambições de Kiev de aderir à UE como um ato de "apoio" ao Presidente russo Vladimir Putin.

Entretanto, o Presidente ucraniano reiterou o seu compromisso de cumprir os requisitos necessários para tornar a Ucrânia viável para a abertura de todos os agrupamentos "até ao final do ano".

O apoio da Europa deve ser acompanhado pelo apoio dos EUA

Zelenskyy saudou o último pacote de sanções da UE contra a Rússia, que foi adotado no final de outubro, como um meio de pressionar a economia de Moscovo, bem como de comprimir o seu orçamento de guerra.

"Sem dúvida que, sem a ajuda dos líderes da União Europeia, [o esforço de guerra] seria muito difícil."

"A Europa também está a ajudar com a importação de gás e com a entrega de equipamento para recuperar o fornecimento de energia e eletricidade", disse Zelenskyy, cujas infraestruturas energéticas estão a ser fortemente atacadas por drones e mísseis russos, antes do seu quarto inverno de guerra.

O líder ucraniano expressou especificamente a sua gratidão à Alemanha por ter fornecido ao seu país dois mísseis Patriot de fabrico americano.

Sublinhando a importância do apoio dos EUA, Zelenskyy elogiou também a administração Trump por ter adotado recentemente sanções contra as empresas petrolíferas russas, numa medida considerada um impulso para Kiev.

Apesar deste apoio, o líder ucraniano sublinhou a necessidade de os EUA fornecerem mísseis Tomahawk para dissuadir a Rússia, o que Trump tem recusado até à data.

"Os EUA precisam de estar abertos às oportunidades das armas de longa distância. Mesmo como fator de dissuasão, precisamos de os ter", afirmou. "Isso exercerá uma pressão decisiva sobre a Rússia".

Um inverno sombrio

Zelenskyy ligou para a Euronews por videochamada a partir de Pokrovsk, na região de Donbas, no leste da Ucrânia, onde se tem reunido com soldados da linha da frente.

"Estão em guerra não só pelas suas famílias, não só pelas suas casas, o que é sem dúvida importante, mas também pelo futuro da Ucrânia, o futuro da Ucrânia na União Europeia".

Moscovo intensificou os seus ataques com mísseis contra a Ucrânia este outono, tendo outubro sido o mês com mais ataques registados desde o início de 2023: uma estratégia que, para Zelenskyy, equivale a "terror energético".

"Putin gostaria de conseguir o caos, para que as pessoas não tenham eletricidade durante o inverno, nem abastecimento de água. É assim que vê o seu sucesso, mas não o vai conseguir".

"A Rússia intensificou [os seus ataques] apenas porque não tem sucesso em terra, na linha da frente. É por isso que Putin não tem nada para vender à sua própria sociedade", disse Zelenskyy.


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