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Consumidores europeus querem um euro digital fiável, fácil de usar e gratuito, revela inquérito

• Sep 25, 2025, 5:55 AM
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A maioria dos europeus espera que o próximo euro digital seja seguro, fácil de usar e gratuito, de acordo com um novo inquérito da Organização Europeia de Consumidores (BEUC). A sondagem recolheu respostas de mais de 10.000 consumidores em 10 países da zona euro.

Se um novo método de pagamento digital, como o euro digital, fosse introduzido na Europa, a maioria dos consumidores (86% dos adultos) afirmou que estaria pelo menos algo preocupada com a possibilidade de não conseguir recuperar o seu dinheiro em caso de fraude ou burlas. Além disso, 87% disseram que pagar digitalmente deve ser gratuito para os consumidores.

“O euro digital será atraente para os consumidores se for fácil de usar, incluindo para aqueles que atualmente têm dificuldades com os pagamentos digitais, se oferecer uma forte proteção contra fraudes, incluindo bons direitos de reembolso, e se os serviços básicos, como um cartão de pagamento, forem oferecidos gratuitamente”, disse Agustín Reyna, diretor-geral da BEUC.

Em teoria, o projeto parece apelativo. Ao contrário dos depósitos bancários ou criptomoedas, o euro digital não acarretaria risco financeiro — seria o equivalente eletrónico do dinheiro, concebido para reduzir a dependência da UE de fornecedores norte-americanos como a Visa e a Mastercard.

No entanto, apesar dos esforços do Banco Central Europeu (BCE) para garantir privacidade, segurança e acessibilidade, alguns decisores políticos permanecem céticos quanto ao seu design e necessidade.

Na sexta-feira passada, os ministros das finanças da UE reunidos em Copenhaga concordaram com os próximos passos para o lançamento do euro digital. Segundo o novo compromisso, os ministros terão uma palavra a dizer sobre a emissão da moeda e sobre o montante máximo de euros digitais que os residentes podem deter — uma salvaguarda destinada a mitigar os receios de uma corrida aos depósitos bancários.

“Um elemento importante do compromisso que alcançámos é que, antes de o BCE tomar uma decisão final sobre a emissão, haverá uma oportunidade para uma discussão no Conselho de ministros sobre como o projeto avançará”, disse o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, aos jornalistas em Copenhaga.

A Comissão Europeia propôs pela primeira vez legislação sobre o euro digital em junho de 2023, mas o plano ainda requer aprovação tanto do Parlamento Europeu como do Conselho.

Uma vez adotada, o BCE decidirá se avança, o que desencadearia uma fase preparatória com duração de cerca de dois anos e meio.

Atualmente, apenas sete dos 20 países da zona euro operam um esquema nacional de cartões, deixando os restantes dependentes de fornecedores internacionais.

“O euro digital não é apenas um meio de pagamento, é também uma declaração política sobre a soberania da Europa e a sua capacidade de gerir os pagamentos, incluindo transfronteiriços, com uma infraestrutura e solução europeias”, afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, numa conferência de imprensa em Copenhaga.

“Este (compromisso) foi um bom passo na direção que esperamos ser concluída o mais rapidamente possível,” acrescentou.

Segundo o membro do conselho do BCE, Piero Cipollone, o euro digital poderá ser lançado já em meados de 2029.