Trump ordena deslocação de dois submarinos nucleares para perto da Rússia após aviso de Medvedev

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que ordenou o deslocamento de dois submarinos nucleares para regiões próximas à Rússia, em resposta às ameaças do ex-presidente do país, Dmitry Medvedev.
"Ordenei que dois submarinos nucleares sejam posicionados nas regiões apropriadas, apenas para o caso de estas declarações tolas e inflamatórias serem mais do que isso", escreveu Trump num post na rede social Truth Social.
O presidente norte-americano acrescentou: "As palavras são muito importantes e muitas vezes podem levar a consequências indesejadas. Espero que este não seja um desses casos".
A mobilização dos submarinos surge depois de Medvedev, atualmente a ocupar o cargo de vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, ter avisado Trump na quinta-feira para se lembrar que Moscovo tinha capacidades de ataque nuclear de último recurso da era soviética.
Medvedev publicou várias vezes nos últimos dias ameaças aos EUA após o ultimato de Trump a Moscovo para que concordasse com um cessar-fogo na Ucrânia ou enfrentasse sanções severas.
Trump não disse para onde os submarinos seriam transferidos nem especificou se se referia a submarinos movidos a energia nuclear ou armados com armas nucleares.
Também não ficou imediatamente claro qual seria o impacto da mobilização na frota de submarinos dos Estados Unidos, que patrulha de forma rotineira os pontos críticos em todo o globo, mas a decisão do presidente norte-americano ocorre num momento delicado nas relações da administração Trump com Moscovo.
Trump afirmou que o enviado especial Steve Witkoff está a caminho da Rússia para pressionar Moscovo a concordar com um cessar-fogo na guerra com a Ucrânia e ameaçou com novas sanções económicas se não houver progressos.
Recentemente, reduziu o prazo inicial de 50 dias para a Rússia concordar com a paz para 10 dias, e o prazo expira na próxima semana.
A publicação sobre o reposicionamento dos submarinos surgiu depois de Trump, na madrugada de quinta-feira, ter publicado que Medvedev era um "ex-presidente falhado da Rússia" e o ter avisado para "ter cuidado com o que diz".
Medvedev respondeu horas depois, escrevendo: "A Rússia está certa em tudo e continuará a seguir o seu próprio caminho".
Medvedev foi presidente de 2008 a 2012, enquanto Putin foi impedido de concorrer a um segundo mandato consecutivo, mas afastou-se para permitir que o atual presidente concorresse novamente.
Agora vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, presidido por Putin, Medvedev é conhecido pelas suas declarações provocativas e inflamadas desde o início da guerra em 2022, uma reviravolta em relação à sua presidência, quando era visto como liberal e progressista.
Agora, faz frequentemente ameaças nucleares e insulta líderes ocidentais nas redes sociais.
Alguns observadores argumentaram que, com a sua retórica extravagante, Medvedev está a tentar ganhar pontos políticos com Putin e os falcões militares russos.
A 15 de julho, depois de Trump ter anunciado planos para fornecer mais armas à Ucrânia através dos seus aliados da NATO e ameaçado com tarifas adicionais contra Moscovo, Medvedev publicou: "Trump emitiu um ultimato teatral ao Kremlin. O mundo estremeceu, à espera das consequências. A Europa beligerante ficou desapontada. A Rússia não se importou".
No início desta semana, voltou a escrever: "Trump está a jogar o jogo do ultimato com a Rússia: 50 dias ou 10", e acrescentou: "Deve lembrar-se de duas coisas: 1. A Rússia não é Israel nem mesmo o Irão. 2. Cada novo ultimato é uma ameaça e um passo em direção à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com o seu próprio país".
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