China revela novas armas em desfile militar com a presença de Putin e Kim

A China revelou uma série de novas armas na sua parada militar do Dia da Vitória, na quarta-feira, celebrada anualmente para marcar o aniversário da rendição do Japão, que pôs fim à Segunda Guerra Mundial.
A parada deste ano, que comemorou o 80.º aniversário, foi uma oportunidade para Pequim mostrar a sua força e apresentar-se como uma alternativa global à era pós-guerra dominada pelos EUA.
O novo míssil hipersónico YJ-15 foi apresentado pela primeira vez durante o desfile. A linha de rockets YJ – ou Ying Ji (ataque da águia) – pode ser lançada a partir de navios ou aeronaves e foi concebida para perfurar grandes embarcações, causando danos significativos no impacto.
Pequim também revelou o seu novo Veículo Submarino Não Tripulado Extragrande (XLUUV na sigla em inglês), exibindo o AJX002. O drone marítimo tem pouco mais de 18 metros de comprimento e foi projetado para operar em modo furtivo. Soma-se à frota já bem desenvolvida de XLUUV da China, que conta com pelo menos cinco tipos diferentes de sistemas e consolida ainda mais o domínio da China no espaço dos drones marítimos.
As forças armadas chinesas também apresentaram três novos tipos de mísseis balísticos intercontinentais com capacidade nuclear: o Dong Feng-61, o Dong Feng-31BJ e o Dong Feng-5C. O novo sistema JL-1 de Pequim complementa esses novos sistemas, sendo o primeiro míssil nuclear lançado do ar do país.
A comunicação social chinesa afirma que o Dong Feng-5C tem um alcance superior a 20.000 quilómetros, colocando o mundo inteiro ao alcance de Pequim. O DF-5C também pode transportar até uma dúzia de ogivas em um único míssil.
O desfile também marcou a estreia do primeiro sistema de defesa espacial da China, o HQ-29. O míssil é capaz de derrubar satélites estrangeiros com um único golpe, destacando ainda mais o domínio aéreo do país.
O presidente da China, Xi Jinping, falando antes do desfile, disse que a humanidade hoje deve escolher entre a paz e a guerra e entre o diálogo e o confronto.
O líder chinês prestou homenagem às vítimas e lamentou a morte dos corajosos soldados que sacrificaram as suas vidas pelo país. Também apelou à erradicação das raízes da guerra para evitar que a história se repita.
O presidente Xi foi acompanhado por dois convidados no desfile, o presidente russo Vladimir Putin e o líder norte-coreano Kim Jong-un, que chegaram à histórica porta de Tiananmen para assistir ao desfile.
Pouco depois do início do desfile, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi à rede social Truth para partilhar as suas opiniões sobre a ocasião.
"A grande questão a ser respondida é se o presidente Xi da China vai ou não mencionar a enorme quantidade de apoio e "sangue" que os Estados Unidos da América deram à China para a ajudar a garantir a sua LIBERDADE de um invasor estrangeiro muito hostil", questionou Trump.
"Muitos americanos morreram na busca da vitória e da glória da China. Espero que sejam legitimamente honrados e recordados pela sua bravura e sacrifício!", escreveu o presidente dos EUA.
Xi, no seu discurso, não mencionou os Estados Unidos pelo nome, mas expressou a sua gratidão aos países estrangeiros que ajudaram a China a resistir à invasão japonesa durante a Segunda Guerra Mundial.
"Que o presidente Xi e o maravilhoso povo da China tenham um grande e duradouro dia de celebração. Por favor, deem os meus mais sinceros cumprimentos a Vladimir Putin e a Kim Jong Un, enquanto conspiram contra os Estados Unidos da América", disse Trump no final da sua publicação.
A nível interno, a comemoração do aniversário é uma forma de mostrar o caminho percorrido pela China. Pequim foi uma das principais frentes da guerra, um facto frequentemente ignorado nos relatos que se centram mais na luta pela Europa e nas batalhas navais dos EUA no Pacífico. Uma invasão japonesa antes da guerra e o próprio conflito mataram milhões de chineses.
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