Stoltenberg: A Ucrânia está mais próxima da NATO do que nunca

O Secretário-Geral cessante da NATO, Jens Stoltenberg, exortou os Estados-Membros a defenderem os valores fundadores da aliança durante um discurso de reflexão sobre os seus dez anos de mandato, na quinta-feira.

“Desde que assumi o cargo de Secretário-Geral em 2014, o mundo à nossa volta mudou profundamente”, afirmou Stoltenberg no seu discurso de despedida.

Em relação à Ucrânia, sublinhou que o país está mais próximo do que nunca da NATO, afirmando que a porta da aliança está aberta e que a Ucrânia irá aderir.

“Hoje, o Presidente Putin acredita que pode atingir os seus objetivos no campo de batalha. E acredita que pode esperar por nós. É por isso que ele continua a travar a sua guerra brutal. Não acredito que possamos mudar a opinião de Putin. Mas acredito que podemos mudar o seu cálculo. Ao dar mais armas à Ucrânia, podemos fazer com que Putin perceba que não pode obter o que quer pela força, tornando tudo tão dispendioso, que ele terá de aceitar que a Ucrânia tem o direito democrático de existir como nação democrática soberana”.

Durante o discurso, Stoltenberg reforçou os investimentos realizados pela Aliança durante o seu mandato, explicando que a NATO passou de zero a dezenas de milhares de soldados prontos para o combate no seu flanco oriental. As tropas em alta prontidão também foram reforçadas para meio milhão.

Em termos de financiamento, Stoltenberg explicou que a organização passou "de três para 23 Aliados que gastam, pelo menos, dois por cento do PIB em defesa".

O diplomata norueguês deixará o cargo de secretário-geral no final deste mês, após uma década ao leme da NATO.

A organização dará as boas-vindas ao antigo primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, como o novo secretário-geral a 1 de outubro.

O líder holandês é o primeiro-ministro que mais tempo esteve no cargo nos Países Baixos, tendo um historial de evitar escândalos durante o seu mandato.