Peru declara estado de emergência após homicídio de cantor popular

A presidente do Peru, Dina Boluarte, declarou o estado de emergência na capital Lima, pouco depois de um conhecido cantor ter sido morto a tiro num autocarro.
O decreto de emergência, que foi anunciado na segunda-feira e que terá a duração de 30 dias, surge no contexto de um aumento dos ataques de extorsão e dos assassínios.
Ao abrigo desta medida, serão destacados soldados para ajudar a polícia a combater o crime e alguns direitos, incluindo a liberdade de reunião, serão restringidos. As pessoas também podem ser detidas sem ordem judicial.
A indignação pública cresceu no fim de semana após o assassinato de Paul Flores, de 39 anos, vocalista da banda de cúmbia Armonia 10.
Foi morto na madrugada de domingo, quando assaltantes atacaram o autocarro em que ele e os companheiros de banda viajavam após um concerto.
A banda foi ameaçada por criminosos que queriam extorquir-lhes dinheiro.
O Ministério da Cultura do Peru elogiou Flores, dizendo que "com o seu talento e carisma, ele conquistou os corações de milhares de peruanos".
A morte de Flores não foi o único ataque violento em Lima durante o fim de semana. Uma explosão num restaurante no sábado deixou pelo menos 11 pessoas feridas.
Ainda esta semana, espera-se que os políticos discutam uma potencial moção de censura contra o ministro do Interior, Juan José Santiváñez. As figuras da oposição afirmam que Santiváñez não tem um plano adequado para fazer face à violência crescente.
Boluarte afirmou que está a "considerar seriamente" a possibilidade de reintroduzir a pena de morte.
Nos últimos meses, algumas zonas da capital foram declaradas em estado de emergência. No entanto, esta é a primeira vez, desde 2022, que toda a cidade de Lima é objeto de um estado de emergência.
No total, 459 pessoas foram mortas entre 1 de janeiro e 16 de março, de acordo com a polícia, que registou 1.909 denúncias de extorsão só em janeiro.
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