Cinco portugueses e cidadãos de sete nacionalidades entre os mortos no elevador da Glória

As últimas informações avançadas pelo diretor nacional da Polícia Judiciária indicam que a identidade de oito vítimas mortais foi já confirmada. Entre os mortos estão cinco portugueses, dois cidadãos sul-coreanos e uma pessoa de nacionalidade suíça.
Segundo explicou Luís Neves, com elevada probabilidade de identificação, mediante as informações recolhidas, estão outras cinco pessoas. Entre elas, uma pessoa de nacionalidade alemã, dois canadianos, um ucraniano e um norte-americano.
Esse trabalho de identificação envolve a realização de autópsias, a determinação dos perfis genéticos das vítimas e depende ainda das informações fornecidas por familiares e outras agências, como a Interpol. Segundo a PJ, "a linha de informações criada exclusivamente para o acidente foi essencial para esse trabalho".
“A linha foi extremamente útil: mais de 200 chamadas permitiram-nos dar informação a familiares das vitimas, encaminhar essas pessoas, e deu-nos informação útil para identificar as vítimas”, explicou Luís Neves.
Perante os números apresentados, estão três vítimas mortais por identificar.
Francisco Corte Real, presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, destacou o trabalho até agora realizado. As autópsias de todas as vítimas já foram realizadas e estão a ser terminados os perfis genéticos das mesmas, num trabalho “contínuo” que, segundo ele, envolveu, até ao momento, 37 elementos do instituto.
“O Instituto de Medicina Legal pretendeu minorar o sofrimento das famílias e ajudar na rápida identificação das vítimas”, afirmou.
Santa Casa da Misericórdia de Lisboa confirmou, em comunicado, que quatro das 16 vítimas mortais resultantes do acidente com o elevador da Glória eram funcionários desta instituição. Recorde-se também que a primeira vítima identificada foi André Marques, um guarda-freio, de 40 anos, que trabalhava no ascensor.
Sobre os feridos, o diretor-executivo do SNS, confirmou que deram entrada nos hospitais portugueses 23 feridos, dos quais 13 são feridos ligeiros e dez feridos graves.
Perícias no local terminaram. Relatório premilinar será conhecido num prazo de 45 dias
A Polícia Judiciária confirmou ainda que a recolha de elementos de prova no local terminaram seguindo-se agora a sua análise.
"Demos por terminanada a ecolha de indícios no local – nós queremos imprimir toda a celeridade destas investigações porque, aqui, precisamos de dar uma resposta e procuramos dá-la no menor espaço de tempo possível mas com toda a segurança que os casos criminais exigem", confirmou Luís Neves.
Na conferência de imprensa, realizada na tarde quinta-feira, esteve também Nelson Oliveira, diretor-geral do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) que confirmou também o fim das diligências no local, explicando que "os indícios identificados estão em fase de processamento".
"Os veículos serão sujeitos a peritagens técnicas que serão articuladas entre todas as entidades envolvidas – sob a coordenação do GPIAAF", confirmou o diretor-geral, que indicou que novos dados da investigação serão divulgados sexta-feira "numa nota informativa". Indicou ainda que será publicado um "relatório preliminar no prazo de 45 dias".
Nelson Oliveira reiterou a importância da investigação para "que sejam retirados todos os ensinamentos necessários para evitar incidentes similares".
"Trabalhamos para que, com estes infelizes eventos, se tirem lições para que tal não volte a acontecer", afirmou.
Presidente da República pede apuramento das causas do acidente "o mais rápido possível"
Marcelo Rebelo de Sousa pediu o apuramento "o mais rápido possível" das causas e responsabilidades do acidente. Em declarações aos jornalistas, após uma missa realizada em memória das vítimas, o presidente da República fala numa "hora de exigência e responsabilidade".
"É uma hora de exigência e de responsabilidade. Isso aconteceu desde o primeiro momento, nomeadamente por iniciativa do presidente da Câmara de Lisboa. A responsabilidade significa o apuramento das causas o mais rápido possível", afirmou.
Para o chefe de Estado, a rapidez é necessária para relembrar que Lisboa é uma local de segurança e não do contráriol.
"Esta é também uma hora de afirmação de que Lisboa, como Portugal, além de acompanhar esta dor profundíssima, também faz questão de afirmar que Lisboa e Portugal são terra de vida, paz, segurança e por isso mesmo entendemos que vale a pena afirmar que essa vida, segurança e paz existem e vão existir. Por isso, a exigência e responsabilidade levam a apurar o que se passou", sublinhou.
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