"Unidade da Europa é a nossa força", diz diretora do Banco Europeu de Investimento à Euronews
A presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Nadia Calviño, apelou para a coesão da União Europeia (UE) após uma semana de críticas sem precedentes da administração Trump, que sugeriu que o bloco de 27 membros está em declínio e deve inverter o curso para evitar um "desaparecimento civilizacional".
"Nunca tive tanto orgulho em ser europeia", disse ao programa matinal Europe Today, da Euronews, quando questionada sobre a controversa estratégia de segurança do governo dos Estados Unidos (EUA), que descreveu a Europa como economicamente em declínio, afogada em migração ilegal e sufocada devido ao excesso de regulamentação.
Questionada sobre se teme um colapso civilizacional, Calviño, que lidera o maior banco público da Europa, afirmou que o continente está longe disso.
"A nossa unidade é a nossa força, isso é muito importante, especialmente quando há tanta gente interessada em dividir-nos e em enfraquecer a União Europeia", acrescentou.
Os líderes europeus reagiram às críticas da administração norte-amwricano e do próprio Trump, que descreveu a liderança do continente como "fraca" e demasiado politicamente correta.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, que lidera o grupo dos 27 líderes da UE, exigiu respeito pelos processos democráticos internos do bloco.
Calviño afirmou que a experiência mostrou que o mundo está a mudar e que a Europa tem de se adaptar. Isso significa novas parcerias e uma base económica mais forte.
"É muito claro que está a ser criada uma nova ordem mundial, que será muito diferente da do passado", afirmou.
"Não vamos regressar aos 80 anos de paz, estabilidade e aliança estratégica transatlântica. Temos de construir novas parcerias em todo o mundo e garantir que a economia europeia é forte para poder moldar este novo mundo."
Os comentários de Calviño fazem eco das observações feitas esta semana por altos funcionários europeus, incluindo o Comissário da Defesa Andrius Kubilius, que sugeriu que a UE deve definir o seu próprio rumo em vez de esperar que Washington marque o ritmo.
"É uma nova mentalidade", disse à Euronews, numa entrevista filmada antes da divulgação da estratégia de segurança nacional dos EUA.
Do ponto de vista económico, Calviño disse que a UE deve seguir uma via dupla de integração e simplificação das regras, o que implica reduzir a burocracia.
"Precisamos de simplificar as regras, precisamos de acelerar e precisamos de integrar mais os nossos mercados", acrescentou. "E precisamos de investir - investir a fundo - para termos as infraestruturas adequadas a esta nova economia."
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