Dia Mundial do Cancro da Mama: estima-se 400 000 novos casos na UE até 2025

O cancro da mama estabeleceu-se como um dos maiores desafios de saúde pública do mundo. A doença desenvolve-se quando as células da mama se multiplicam de forma descontrolada, formando tumores que podem espalhar-se para outras partes do corpo se não forem devidamente tratados. Embora possa afetar tanto homens como mulheres, a incidência é significativamente maior na população feminina.
A comunidade médica internacional concorda que a deteção precoce é a ferramenta mais eficaz para combater esta doença. As mamografias regulares e os programas de rastreio podem identificar os tumores nas fases iniciais, altura em que as hipóteses de cura são superiores a 90%. No entanto, a desigualdade de acesso a estes programas de rastreio continua a ser um obstáculo importante em muitas regiões do mundo.
Os factores de risco incluem a idade, os antecedentes familiares, as mutações genéticas, como as BRCA1 e BRCA2, os factores hormonais e o estilo de vida. A investigação continua a registar progressos na compreensão dos mecanismos moleculares da doença, o que levou ao desenvolvimento de tratamentos mais personalizados e eficazes.
Existe uma clara tendência para o aumento deste tipo de cancro, com uma tendência de crescimento entre 1% e 5%, consoante o país. Isto significa que estão previstos 398 037 novos casos de cancro da mama feminino para todo o ano de 2025 nos países da UE. De facto, existem diferenças nos programas de rastreio entre os países da UE. Os dados relativos ao cancro da mama, discriminados por país, são os seguintes
A Alemanha é o país da UE com o maior número de casos, seguida da França, Itália e Espanha, com cerca de metade dos casos da Alemanha. A tendência para o aumento é comum a todos os países.
Avanços terapêuticos e desafios remanescentes
Nas últimas décadas, os avanços na área da oncologia melhoraram substancialmente o prognóstico do cancro da mama. A combinação de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapias hormonais e imunoterapia aumentou significativamente as taxas de sobrevivência. Os tratamentos personalizados, baseados nas caraterísticas moleculares específicas de cada tumor, representam o futuro da oncologia.
Há avanços na IA ao nível da prevenção e espera-se que a mamografia de rastreio seja uma ferramenta importante na deteção.
No entanto, subsistem desafios significativos. O cancro da mama metastático, que representa os casos em fase tardia em que a doença se espalhou para outros órgãos, continua a ser uma batalha difícil com opções terapêuticas mais limitadas. As doentes com este diagnóstico necessitam não só de tratamentos mais eficazes, mas também de um maior apoio psicológico e social.
A comunidade científica internacional insiste na necessidade de um maior investimento na investigação, especialmente nas formas mais agressivas da doença. Apela também a uma maior sensibilização para os factores ambientais e para a exposição a substâncias potencialmente cancerígenas que podem estar a contribuir para o aumento dos casos.
Atualmente, está a ser testado um medicamento para o cancro da mama agressivo que, combinado com a THP, promete uma taxa de sucesso de 66% na erradicação do cancro, 11% superior ao tratamento atual. Há também um estudo que utiliza a cólera como vetor para matar as células cancerígenas e que apresenta números promissores.
As organizações apelam a um tratamento respeitoso e individualizado, ao direito dos doentes a terem acesso aos seus diagnósticos e relatórios médicos, e ao acesso a informações honestas, suficientes e verdadeiras como protagonistas da sua própria saúde.