País dos festivais: documentário conta história dos eventos de música na Hungria

O documentário Festivalland conta a história dos festivais de música húngaros... desde a idade de ouro até aos dias de hoje.
Após a mudança de regime, uma geração jovem e abandonada procurava novas formas de liberdade na Hungria, e assim nasceu o agora mundialmente famoso Sziget (Ilha dos Estudantes).
À semelhança de muitos outros festivais, foi criado a partir de sentimentos de carência. É um espaço em que a criatividade, os novos rumos e a libertação podem estar presentes em simultâneo. A Hungria é hoje considerada uma superpotência dos festivais musicais na Europa.
"Obviamente que existem muitos festivais em muitos países, mas temos algo único, uma característica húngara: a arte como um todo. Tal como o próprio Sziget, que não é apenas um festival de música, vai até à dança contemporânea e ao circo", explicou o argumentista e realizador Attila Csizmadia.
"Neste caso, demos muitos exemplos de festivais europeus, dizendo que estes são eventos que apresentam uma cultura muito mais ampla, em vez de um festival de música temático. Por outro lado, o filme também discute porque é que este festival é tão importante para o povo húngaro: há obviamente razões sociais para isso e para que seja tão importante para a alma do povo húngaro", acrescentou.
O filme apresenta as vozes daqueles que deram vida ao festivais icónicos como o Vale das Artes em Kapolcs, o Bánkitó, o Palóznak Jazz Picnic, o Balaton Sound e o VOLT.
"São memórias vivas. Acontece algo a uma pessoa e fica lá gravado. E foram momentos muito significativos. O meu filho nasceu nessa altura e levámo-lo a passear. A nossa primeira viagem foi a Sziget. O Karcsi Gerendai também teve o primeiro filho dele nessa altura. E houve momentos inesquecíveis. Mantêm-se como uma anedota até hoje", disse Péter Sziámi Müller, cofundador do Sziget.
O Festivalland não é apenas nostalgia: cria um diálogo entre gerações, procurando explicar o significado dos festivais para quem os viveu na década de 90 e o que esses eventos representam para os jovens de hoje.
É uma forma de entender por que as pessoas na casa dos 40 e 50 anos voltam sempre e por que os vintões não deixam de procurar essa mesma experiência
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